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Cidades-modelo em políticas de incentivo a ciclistas estão indo muito além da criação de ciclovias e do aluguel de bicicletas para mobilizar a população em torno do tema. Na lista de inovações estão espelhos instalados em semáforos, aulas para aprender a pedalar no trânsito e seguros contra acidentes. As iniciativas foram apresentadas em um seminário na C40, conferência de cidades para discussão de temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. O evento está sendo realizado em São Paulo. Na Coreia do Sul, a cidade de Changwon se autointitula pioneira na implantação de indenizações em caso de colisões no trânsito envolvendo bicicletas. Quem se machucar pode receber até US$ 29 mil. Para evitar acidentes, a prefeitura oferece cursos gratuitos sobre como aprender a pedalar no trânsito. Estar ocupado com o trabalho não é uma desculpa. Há aulas todos os dias, incluindo o período noturno e finais de semana. Motoristas de ônibus e de caminhões também recebem treinamento para aprender a “enxergar” ciclistas nas ruas e a dividir o espaço. A filosofia do programa de aluguel de bicicletas, o Nubija, é que qualquer um, em qualquer lugar e a qualquer hora pode usar o serviço. A cidade tem 3,3 mil bicicletas, e a meta é chegar a 7 mil até 2012. O programa começou em 2008 e custou US$ 13 milhões aos cofres públicos. As ciclovias alcançam 100 quilômetros. Entre os benefícios, estão a melhoria da qualidade do ar e a interação entre a comunidade. Quem quiser ter sua própria bicicleta e não tem dinheiro para comprar uma, consegue um incentivo de 400 euros em Paris. A medida, no entanto, vale somente para a compra de bicicletas elétricas. A ideia é incentivar pessoas com menos condições físicas ou mais velhas a aderir às pedaladas em áreas mais altas da cidade, que exigem mais força no deslocamento. Depois de comprar a bicicleta, não é preciso se preocupar com o local para guardá-la. A partir de 2008, quando a prefeitura começou o programa de incentivo às bicicletas, todos os novos prédios da cidade passaram a ser obrigados a equipar as garagens com bicicletários. Nas ruas, a preocupação com acidentes fez aumentar as limitações para a circulação de caminhões dentro da cidade. Uma medida de segurança implantada em Amsterdã, onde 75% da população têm bicicleta, foi instalar espelhos com ângulo em semáforos para eliminar “pontos cegos”. Assim, o motorista de caminhão pode enxergar se há um ciclista atrás ou ao lado dele com mais facilidade. Os semáforos também possuem contadores de tempo para bicicletas que mostram quantos segundos faltam para o sinal fechar ou abrir. Crianças aprendem as regras do trânsito com provas teóricas e práticas, e a prefeitura agora desenvolve um sistema de rotas escolares para elas. Na cidade onde uma das principais atrações turísticas é pedalar, adultos e visitantes recebem atenção específica. “Temos pessoas de 80 nacionalidades na cidade. E muitas não estão familiarizadas com andar de bicicleta. Então, para mantê-las seguras na nossa cidade, estamos ensinando adultos”, diz Eveline Jonkhoff, conselheira sênior da prefeitura. Mas, com milhares de bicicletas nas ruas, começam a surgir problemas bem conhecidos das cidades onde predominam os automóveis. “Também temos desafios para encarar. Temos sofrido com engarrafamento de bicicletas, principalmente nas manhãs e fins de tarde. Temos também um problema sério de estacionamento. Estamos tentando resolver construindo estacionamentos subterrâneos", disse. As informações são do G1