A jornalista, Glória Maria, que morreu nesta quinta-feira (2), foi a primeira jornalista preta a ser repórter na história da televisão brasileira. A profissional estreou nas telas em 1971, durante a cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro.
Glória também foi a primeira jornalista negra a entrar ao vivo na televisão, direto da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Além disso, foi a primeira jornalista estrangeira e negra a entrevistar um presidente norte-americano. A entrevista foi com Jimmy Carter, em 1977, na cidade de Washington, nos Estados Unidos.
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O absoluto pioneirismo e seu talento não protegeram Glória do racismo, mácula que perseguiu sua carreira, assim como a vida das pessoas negras no Brasil e no mundo.
A jornalista já foi discriminada pelo general João Baptista Figueiredo, que foi presidente do Brasil durante o período da ditadura (1964-1985). Depois de corrigi-lo durante uma entrevista, a jornalista foi ameaçada pelo militar que afirmou que iria prendê-la e arrebentá-la. Em outros momentos, Glória foi impedida de entrar em estabelecimentos e hostilizada devido a cor de sua pele.
Em 1970, a jornalista foi a primeira pessoa a utilizar a Lei Afonso Arinos, primeira norma que considerava discriminação racial como contravenção penal. "Racismo é uma coisa que eu conheço, que eu vivi, desde sempre. E a gente vai aprendendo a se defender da maneira que pode", disse ela em entrevistas.
A carreira de Glória Maria é uma das mais completas da televisão brasileira. Pioneira e divertida, a jornalista já cobriu os maiores eventos do Brasil e do mundo, como as Olímpiadas, Copa do Mundo e posses presidenciais.
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Redação iBahia
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