Seja por motivos meramente estéticos ou não, as técnicas para dar volume e comprimento às madeixas nunca saem de moda. Recursos como apliques, que podem ser de fios naturais ou artificiais, e perucas, a maioria de origem sintética, entram em cena para compor o visual de mulheres dos mais diversos gostos e tipos genéticos.
Cria do famoso Renaud, um dos mestres da tesoura no Copacabana Palace, Zilma Lorette, hoje no Velucci’s Coiffeur, trabalha há 50 anos em construções capilares e se transformou em especialista no tema. Ela é adepta dos apliques com presilhas, conhecidos como tic-tac, e explica que a técnica não danifica os fios, mas também não é definitiva.
— Nada é colado ou amarrado. São mechas que são fixadas ao cabelo da cliente, removíveis a qualquer momento. O cabelo pode ser escovado. A minha especialidade são as falhas. Tenho os mesmos clientes há décadas, que chegaram até mim com falhas decorrentes de problemas de saúde, e gente que vem porque simplesmente curte mudar o visual. A saúde e a aparência dos cabelos são importantíssimas para a autoestima. Às vezes a cliente chega com os cabelos bem ralinhos e sai de lá realizada — diz Zilma.
Para quem é adepta de transformações radicais de cor e comprimento, no entanto, recomenda-se variar os métodos. Do mega hair às telas ou faixas de cabelo, passando pelo adesivamento ou a colagem dos fios e o entrelaçamento, em forma de tranças aplicadas, há várias opções de cabelos disponíveis no mercado.
Versáteis, as perucas continuam sendo o que há de mais charmoso quando o assunto é incrementar ou mudar radicalmente o visual. À frente da marca carioca que leva o nome de sua família e que se transformou em referência no assunto, dado o seu pioneirismo, Daniela Fiszpan conta que as perucas evoluíram muito desde a criação da Fiszpan, em 1933, tendo se tornado um acessório curinga nas produções. As finalidades vão desde melhorar a autoestima para enfrentar tratamentos de quimioterapia, radioterapia e alopecia, até recuperar o rejuvenescimento ou uma simples transformação, para quem gosta de mudanças, mas não quer cortar ou pintar os cabelos.
— Os modelos são naturais e muito confortáveis. Confeccionados com fibra sintética de última geração e tela de material maleável, antialérgico e transparente, imitam o couro cabeludo, com acabamento elástico. Além disso, lançamos anualmente modelos inspirados nas tendências de corte e coloração internacionais, com toque personalizado para as brasileiras — explica Daniela, que mantém as funções de estilista e diretora da marca.
Daniela é a idealizadora da Campanha do Bem, que este ano chega à sua 12 ª edição, em prol do Instituto Nacional do Câncer e do INCAvoluntário. A ação consiste na arrecadação, em todas as lojas da marca, de perucas usadas que são restauradas e higienizadas, para serem doadas a mulheres em tratamento. Ao longo de 12 anos de campanha, já foram doados mais de 1.800 modelos de perucas.
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— A campanha vem ajudando a devolver a autoestima a milhares de mulheres com câncer. É uma grande corrente do bem, que nos dá muito orgulho — diz Daniela.
O cabeleireiro Rudi Werner, da rede Werner Coiffeur, também está engajado em ações solidárias envolvendo cortes de cabelo e de perucas. Na #fortalizese, promove a conscientização sobre o câncer de mama com o gancho do Outubro Rosa. Há dois anos a rede oferece, na ocasião, um dia de cortes solidários gratuitos mediante doação de 20 centímetros de fios para a campanha. Além disso, ajuda, ao longo do ano, os programas da Fundação Laço Rosa e costuma fazer cortes em perucas após análise com visagistas.
— Sabemos que um bom corte eleva a autoestima de qualquer mulher, principalmente as que estão com problemas de queda de cabelo ou em tratamento de câncer — explica Rudi Werner, que avalia o rosto, as proporções e a personalidade para transformar as perucas.
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Redação iBahia
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