A sabedoria popular diz que é dos carecas que elas gostam mais. No entanto, uma parte significativa dos homens teme a calvície, que atinge cerca de 30% do público masculino após os 30 anos e 50% deles após os 50 anos.
Em tempos onde a tendência de moda e beleza é cabelo com coque e barba cheia, os rapazes estão lotando as clínicas em busca de tratamentos que garantam a autoestima e a estética.
De acordo com a dermatologista Andrea Botto, existem vários tipos de calvície ocasionada por diferentes motivos. “A maioria das pessoas perde entre 50 a 100 fios de cabelos por dia, o que é normal”, diz a médica, lembrando que, sempre que um fio cai, outro surge no mesmo folículo, dando início a um novo ciclo de crescimento.
“Na velhice, o crescimento dos cabelos tende a ser mais lento e até mesmo parar, o que resulta em calvície”, esclarece, lembrando que fatores como mudança hormonal, dieta, medicamentos, estresse, hereditariedade, gravidez, cuidados impróprios com os cabelos e certas doenças podem causar a queda de cabelo. Apesar de mulheres poderem ter alopecia, o problema é mais comum nos homens.
Foto: Divulgação |
Testosterona
O médico e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Ricardo Pessoa de Sá explica que isso acontece porque o bulbo capilar é mais sensível ao hormônio masculino: a testosterona, que se converte em dihidrotestosterona (DHT) que age no folículo capilar, diminuindo a produção de cabelo e produzindo fios mais finos e mais fracos.
“Os homens costumam ficar apavorados com a perda capilar expressiva que ocorre nas áreas frontais (as entradas) ou no alto da cabeça, a coroa”, pontua. O médico destaca ainda que, além da alopecia genética, que tem um caráter hereditário, aspectos como o estresse, cirurgias e dietas podem favorecer uma queda mais significativa.
“Embora, em alguns casos, a situação desapareça sem a necessidade de tratamento, as pessoas se desesperam, mas o importante é buscar orientação consistente para que se possa atuar no problema de modo efetivo”, completa, lembrando que não existem fórmulas mágicas. Com uma postura parecida, a dermatologista Andrea Botto ressalta que, infelizmente, não há cura para a maioria dos tipos de calvície. “O uso de injeções de corticoide tem sido útil como forma de tratamento da alopecia areata. Certos medicamentos como o minoxidil e finasterida têm sido usados para estimular o crescimento do cabelo, dando resultados em uma pequena porcentagem de indivíduos. Há ainda pessoas que recorrem ao transplante de cabelo”, explica.
Ricardo Pessoa de Sá lembra que essas medicações surtem um resultado significativo de até 60% de sucesso, quando feito com uma técnica conhecida como microagulhamento. A técnica consiste na perfuração feita com uma caneta com agulhas finíssimas – de 0,25 a 2 mm – que, ao romper a pele, retira a barreira da epiderme, possibilitando que a medicação chegue até o bulbo capilar. “O trauma causado pelas agulhas também permitiriam acessar os microcanais abaixo da epiderme, liberando os fatores de crescimento do fio e despertando os fios que estariam adormecidos”, pormenoriza.
Aplicações
Além dessa técnica, Andrea Botto destaca que um tratamento complementar bastante eficaz são as Microcorrentes, que têm impacto no controle bacteriano e no controle inflamatório. “As ferramentas com luz, que são o laser de baixa potência, o LED e a luz infravermelha são utilizadas no controle inflamatório e no crescimento capilar”, complementa a dermatologista.
O médico Ricardo Pessoa de Sá lembra que o microagulhamento também tem sido usado para estimular o crescimento de pelos em outras áreas do corpo como a barba, possibilitando não apenas fechar o rosto como deixar o pelo da face mais grosso e incorpado. “As aplicações são levemente dolorosas, nada que seja insuportável,mas não são indicadas para quem faz uso de medicação anticoagulante”, finaliza. As sessões de microagulhamento custam uma média de R$ 400 a R$ 500 e os resultados costumam aparecer após a oitava sessão.
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