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O forró e a mistura musical brasileira

São muitas as derivações do estilo, mas todas fazem parte da tríade pé-de-serra, universitário e eletrônico.

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12/06/2012 às 14:43 • Atualizada em 04/09/2022 às 7:49 - há XX semanas
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Que forró é bom de ver, ouvir e dançar, muita gente concorda. Mas de que tipo de forró estamos falando? Os gostos variam e os sugêneros também. O termo denomina o estilo musical de forma genérica. Cearense, tradicional, romântico, sem vergonha, malicioso, pop, moderno, estilizado, plástico. São muitas qualificações e tantas outras subdivisões, todas bem sucedidas, que podem ser segmentadas em pé-de-serra, universitário e eletrônico.
O Trio Virgulino é um dos representantes do estilo tradicional do pé-de-serra
O pé-de-serra é considerado o ritmo e a forma original de fazer forró. É o forró tradicional, criado por Gonzaga, que apresenta e representa, por meio da música, a cultura, os cenários e os personagens do universo sertanejo. Dele derivam os estilos eletrônico e universitário. No meio do caminho, entre o “original” e o eletrônico, surge o forró universitário. Aqui, o chão batido do sertão dá lugar aos pátios das universidades. Os xotes, xaxados e baiões passam a ser temperados com a Música Popular Brasileira (MPB), o pop e o jazz apreciados pela juventude urbana. É quando o forró começa a mudar as suas características musicais, passando a ser acompanhados por instrumentos elétricos – embora ainda se guie pelos tradicionais zabumba, sanfona e triângulo.Essa mistura do forró tradicional (pé-de-serra) a outras vertentes musicais tem sua aparição data dos anos 70. E, neste momento, seguindo os passos do velho Luiz, destacaram-se nomes como Dominguinhos, Marinês e Sua Gente, Trio Nordestino, Abdias, Genival Lacerda, Alceu Valença e Zé Ramalho. Mas é na década de 1990, em sua segunda fase, que o forró universitário deslancha capitaneado pelo grupo Falamansa. Desta vez incorporando, também, elementos do reggae, do rock e da salsa, o estilo universitário se consolida entre os mais jovens reestruturando não só a música como também a dança.O terceiro estilo que agrega os forrozeiros traz linguagem estilizada, eletrizante e visual com muito brilho e iluminação. Eis o forró eletrônico. Criada também nos anos 90 pela banda cearense Mastruz Com Leite, esta vertente inspira-se na música sertaneja romântica, no romantismo (dito brega) e na axé music. Também chamado de new forró ou oxente music, o estilo eletrônico, que consolidou também nomes como Frank Aguiar, Magníficos e Calcinha Preta, é criticado por se afastar das raízes substituindo o trio instrumental básico por outros como guitarra e teclado. Com seus sintetizadores e apresentações grandiosas, o forró eletrônico, apesar das críticas, é um grande sucesso comercial, reunindo milhares em torno do ritmo por todo o país.O pé-de-serra faz os mais simples trabalhadores rurais raiar o dia no “dois pra lá, dois pra cá”. O universitário, agrada com seu jeito moderno e juvenil. E o eletrônico se alastra nas rádios com suas bandas eletrizadas de grande porte. Seja qual for o subgênero, o fato é que o número de adeptos cresce de norte a sul do país. Independente dos gostos e diferenças, os três estilos representam e fortalecem um único ritmo: o forró!Sobre Tiago Cardoso: Apaixonado por música. Publicitário graduado, administrador em formação e produtor por opção, nos últimos anos, reforçou sua paixão pelo forró. Hoje se vê cada vez mais envolvido sendo, atualmente, um entusiasta na divulgação e difusão dessa festa-dança-gênero musical.

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