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LITERATURA

Teatro e literatura de mãos dadas em mesa da Flica 2014

Durante a mesa "Cortinas abertas: dos palcos aos livros", o dramaturgo romeno Matéi Visniec e o encenador baiano Marcio Meirelles conversaram sobre texto teatral e literatura

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01/11/2014 às 12:12 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:19 - há XX semanas
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“A palavra é uma forma de resistência”. Essas foram algumas das primeiras palavras do dramaturgo Matéi Visniec na mesa “Cortinas abertas: dos palcos aos livros”, na tarde desta sexta-feira (31) na Flica 2014. A mesa também contou com a presença do encenador Marcio Meirelles e teve mediação do também dramaturgo Djalma Thürler.Muitas vezes o texto teatral não é enxergado como literatura. E foi para falar sobre isso que os amigos Matei e Marcio foram convidados à Flica 2014. Para Márcio, a literatura de teatro pode se apresentar de três formas: o texto escrito exclusivamente para teatro, o texto adaptado e aquele que surge a partir do trabalho dos atores em cena.
E o teatro invadiu a Flica. Texto teatral é literatura também, por que não?
Durante a mesa, foi lembrado o fato de que, nas escolas, muitos poucos autores de teatro são sequer lidos. Alguns, como Gil Vicente, Martins Pena e Ariano Suassuna, são inseridos nos programas de disciplinas. Outros são esquecidos, como Machado de Assis, por exemplo, sem citar os autores contemporâneos. Matéi lembra que não há motivos para não ler um texto de teatro. “Antes de tudo, uma peça de teatro é uma forma de literatura, pode-se ler uma peça como se ler um romance”, declara. Como o texto de teatro é pensado para ser encenado, a leitura pode ser feita de diversas maneiras. “O exercício da leitura no teatro é interessante porque é coletivo”, lembra Djalma. Para Márcio, a transformação de um texto de teatro em cena é como um complemento para o mesmo. “A leitura tem um tempo linear e o teatro tem uma espacialidade que desdobra esse tempo”, afirma.
O dramaturgo romeno é também jornalista. Nunca atuou, escolheu contar histórias para outras pessoas interpretarem
Ler como ato de liberdade Para Matéi, o ato de ler é uma porta aberta para a liberdade e para as respostas aos questionamentos da sociedade. “Sempre pensei na literatura como forma de conhecer o mundo”, diz. Ele fala ainda que a cultura é uma maneira de manter o senso crítico, “é sua missão política”.O dramaturgo romeno completa seu pensamento acerca da literatura incentivando a leitura entre os presentes durante a mesa. “Um dia vocês vão querer respostas sobre o amor, sobre a vida e vão encontrar na literatura. Nem tratados, nem a televisão, nem jornais vão fazer isso. O que a literatura faz por você ninguém vai fazer”, declara. “Não ler é perder as respostas essenciais” finaliza.*Com supervisão e orientação de Márcia Luz

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