As adaptações para cinema e televisão só aumentaram a fama de uma obra, que ganhou a medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais e até hoje faz sucesso. 'O Auto da compadecida' pode ser seu trabalho mais conhecido, mas não é o único. Suassuna assinou mais de 30 obras, todas marcadas pela influência de suas raizes sertanejas e pelas fortes manifestações populares. Entre as mais famosas estão: 'Uma mulher vestida de sol', que foi a sua primeira peça escrita em 1947, quando ele ainda estava na faculdade. Também 'Cantam as harpas de Sião'; 'Auto de João da Cruz' e 'Torturas de um Coração', esta última foi desenvolvida para o teatro com bonecos.
Além de escritor poeta, romancista e dramaturgo, Ariano Vilar Suassuna, já atuou também como advogado e professor. Nasceu em Nossa Senhora das Neves em 16 de junho de 1927, na Paraíba. Mudou-se com a família, no ano seguinte, para o sertão, e foi morar na Fazenda Acauhan. Após o assassinato do pai, João Suassuna (na época, ele tinha apenas 3 anos), por motivos políticos na Revolução de 1930, foi morar em Taperoá no interior do estado, onde iniciou os estudos. Foi lá que ele assistiu sua primeira peça teatral e um desafio de viola. Apaixonou-se, então, pela improvisação e pela cultura sertaneja.
Mais tarde, em 1946, muda-se para Recife, onde estudou no Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz. Já nessa época tinha textos publicados em um jornal. Em 1950, obteve seu primeiro diploma em Direito e começou a advogar. Na faculdade, conheceu Hermílio Borba Filho com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.
Tornou-se professor da Universidade Federal de Pernambuco no ano de 1956, deixando de lado a advocacia. Ensinou por 32 anos as matérias Estética, Teoria do Teatro, História da Cultura Brasileira e Literatura Brasileira. No ano seguinte, as peças 'O Casamento suspeitoso' e 'O santo e a porca', também grandes sucessos, foram encenadas. Em 1968, fez parte do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco, onde permaneceu até 1972 e, em 1969, foi nomeado diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco, cargo que ocupou até 1974.
No ano de 1990, Ariano passou a ocupar a cadeira de nº 32 na Academia Brasileira de Letras, depois de três anos assumiu a cadeira nº 18 da Academia Pernambucana de Letras. Aposentou-se em 1994, pela UFPE, e tornou-se secretário de assuntos do Governador Eduardo Campos. Também pertenceu a ele a cadeira de número 35 da Academia Paraibana de letras.
Veja abaixo a lista completa de obras de Suassuna:
Teatro:
Uma mulher vestida de sol (1947)
Cantam as harpas de Sião
Os homens de barro (1949)
Auto de João da Cruz (1950)
Torturas de um coração (1951)
O arco desolado (1952)
O castigo da soberba (1953)
Auto da Compadecida (1955)
O desertor de Princesa
O casamento suspeitoso (1957)
O santo e a porca, imitação nordestina de Plauto (1957)
O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)
A pena e a lei (1959)
Farsa da boa preguiça (1960)
A caseira e a Catarina (1962)
As conchambranças de Quaderna (1987)
A história de amor de Romeu e Julieta
Ficção:
A história de amor de Fernando e Isaura (1956)
Romance d`A pedra do reino e o príncipe do sangue vai-e-volta (1971)
As infâncias da Quaderna (1976-77)
História d`O rei degolado nas caatingas do sertão / Ao sol da Onça Caetana
Outras obras:
O pasto incendiado (1945-70)
Ode. Recife, O Gráfico Amador (1955)
Coletânea de poesia popular nordestina (1964)
O Movimento Armorial (1974)
Iniciação à estética (1975)
A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira (1976)
Sonetos com mote alheio (1980)
Sonetos de Albano Cervonegro (1985)
Seleta em prosa e verso (1974) (coleção Brasil Moço)
Poemas. Seleção, organização e notas de Carlos Newton Júnior (1999)
CD Poesia viva de Ariano Suassuna (1998)
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