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LITERATURA

Realidade latina e realismo fantástico eram marcas de Marquez

Clássico da literatura latino-americana, escritor recebeu o Nobel de Literatura em 1982

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17/04/2014 às 19:45 • Atualizada em 29/08/2022 às 10:51 - há XX semanas
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Conhecido como o autor de Cem Anos de Solidão, o escritor Gabriel Garcia Márquez é um dos principais nomes da escola literária conhecida como realismo fantástico. Nascido na cidade de Aracataca, na Colômbia, Gabo, como era conhecido, fez diversas alusões a ela ao descrever Macondo, o vilarejo onde se passa a história de diversas gerações de uma mesma família. Seu livro mais conhecido foi traduzido em 40 línguas e vendeu mais de 30 milhões de exemplares. Também autor de obras-primas como O Amor nos Tempos do Cólera e O Outono do Patriarca, o escritor recebeu, em 1982, um Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra e foi considerado um dos expoentes da literatura latino-americana ao lado de nomes como Mário Vargas Llosa, Julio Cortázar e Carlos Fuentes. Sempre buscando retratar a pobreza e os males deixados por seguidas ditaduras militares na região, também levava ao mundo a cultura e as peculiaridades do continente. Ganhou diversos outros prêmios internacionais como o venezuelano Romulo Gallegos, destinado a promover a literatura em língua castelhana, e o norte-americano Neustadt de Literatura, que visa a consagrar romancistas, poetas e dramaturgos. Veja também: Morre escritor Gabriel Garcia Márquez aos 87 anos Ao todo, sua bibliografia reúne cerca de 30 títulos, entre eles uma autobiografia chamada Viver para Contar e um apanhado de textos diversos que rendeu sua última publicação, em 2010, Eu Não Venho Dizer um Discurso. Antes desse, o último livro de ficção publicado por Gabo tinha sido Memórias de Minhas Putas Tristes, em 2004. Gabriel García Márquez também era conhecido por sua ideologia política, muito alinhada com o regime cubano e com a figura de Fidel Castro, de quem era amigo íntimo. Essas posições foram objeto de críticas e acusações de incoerência, uma vez que o escritor também era conhecido pela defesa dos direitos humanos e por ser contrário às ditaduras militares. Gabo chegou a estudar direito e ciências políticas em Bogotá na década de 1940, mas abandonou a faculdade na capital colombiana para se dedicar ao jornalismo na cidade de Cartagena das Índias, também na Colômbia. Décadas depois, em 1994, criou a Fundação de Jornalismo Iberoamericana, onde são oferecidos cursos para recém formados com o objetivo de aprimorar a ética e a boa narrativa. Lutando desde a década de 1990 contra um câncer no sistema linfático, Gabo morreu na Cidade do México, onde residia atualmente, aos 87 anos. Era casado e pai de dois filhos que também moram no México. Conheceu sua esposa, Mercedes Barcha Pardo, na cidade de Sucre, na Colômbia, outra que foi retratada em um de seus livros, Crônica de Uma Morte Anunciada. Diante do agravamento da doença e da avançada idade do escritor, a família vinha optando por tratá-lo em casa, onde morreu.

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