Salvador e Havana são cidades similares. Quem garante isso é o escritor e jornalista cubano Leonardo Padura um dos palestrantes do Fronteiras do Pensamento. Ele é o primeiro palestrante do projeto e irá falar sobre suas experiências com a escrita na sala principal do Teatro Castro Alves nesta terça-feira (6), às 20h30.
“Salvador me parece uma cidade do Caribe, mas fora da região geográfica. Sinto uma ligação muito forte e dolorosa entre as cidades, por conta principalmente do tráfico de escravos, que influenciou a religião e a música de ambos os lugares”, disse Leonardo durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (5) no Wish Hotel da Bahia, localizado no Campo Grande.
Sobre a Bahia, o escritor falou sobre conhecer o estado por sua literatura. “Sou um leitor de Jorge Amado, que registrava sobre o que via. Essa é minha inspiração para escrever, é a realidade que vivo e que vejo”.
O jornalista trabalhou durante seis anos em um jornal de Cuba. Perguntado sobre a experiência, ele contou que a profissão o ajudou com a capacidade de se comunicar com os leitores. “O jornalismo complementou minha literatura”, comentou.
Sobre Cuba, Leonardo afirmou que possui muito mais espaço e liberdade para produzir no país do que há 30 anos.
“Entretanto, uma coisa é criar a arte e outra é a distribuição. Existe a liberdade na criação, mas até o momento em que a obra vai circular, podem haver impeditivos. Às vezes, os livros circulam normalmente, mas outras vezes, se perdem muitos exemplares que ninguém sabe onde estão, então ficam perdidos. Até o momento em que o indivíduo recebe a criação é que podem surgir problemas”, esclareceu.
Perguntado sobre o sentido da vida, tema desta edição do Fronteiras do Pensamento 2019, Leonardo disse: “Para mim, é tentar ser uma boa pessoa, um bom cidadão. No sentido artístico, sinto que devo ser uma boa pessoa, mas inconformado. Sempre me ocupo em questionar a minha realidade, interrogá-la”.
A respeito do Brasil, o palestrante comentou que a imagem do país em Cuba está ‘complicada’. “Em geral, as culturas dos dois países são muito parecidas e sempre tem uma novela daqui passando nas televisões cubanas. Às vezes, até torcemos pela seleção de vocês. Mas houve um conflito quando o Brasil rompeu com o programa ‘Mais Médicos’. Esse rompimento é lamentável, pois Cuba poderia ser mais útil ao Brasil e quem mais sofre com isso são os brasileiros mais marginalizados”, pontuou.
Aqui no país, o escritor é publicado pela Boitempo Editorial e o artista comentou que tem uma preferência por editoras menores e que privilegiem o pensamento crítico. “As editoras menores te oferecem seriedade e te tratam como pessoa, enquanto editoras maiores podem te tratar como mais um no catálogo”, afirmou.
*Colaboradora iBahia
SERVIÇO
Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves
Leonardo Padura – 6 de agosto
Pierre Lévy – 10 de setembro
Djamila Ribeiro e Lilia Schwarcz – 1º de outubro
Ingressos:
Série com as três conferências - Entre os dias 1º de julho e 6 de agosto: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Ingresso de cada conferência: A partir de 26 de julho: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Horário: 20h30
Vendas: Bilheteria do Teatro Castro Alves, SACs dos shoppings Barra e Bela Vista e site Ingresso Rápido
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Redação iBahia
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