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LITERATURA

Flica: Técnica, inspiração e leitores marcaram mesa de poesia

Na primeira mesa da sexta-feira (19), crianças, jovens e professores saíram da sala de aula diretamente para o Claustro do Complexo do Carmo

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19/10/2012 às 12:38 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:22 - há XX semanas
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Na plateia, estudantes assistem atentos à mesa 'Versos com Nexo' sobre poesia
O terceiro dia de Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começou com mesa sobre poesia. No pequeno palco montado no Claustro do Complexo do Carmo, o poeta baiano Ruy Espinheira Filho e o carioca Antonio Cícero foram mediados pelo ator Jackson Costa. 'Versos com Nexo' foi o tema da primeira mesa desta sexta-feira (19). Veja também:Cachoeira tá Flica: veja a movimentação de visitantes e populares em festival literário "Eu não me exijo citado como tropicalista", dispara Capinan em mesa sobre tropicalismo na Flica Flica 2012: trio de baianos protagoniza 'aula de história' sobre escravos, candomblé e as revoltas Flica 2012: Veja como foi o show de Mateus Aleluia na quinta-feira (18) Ao olhar para o ambiente, o que chamou mais atenção foi a quantidade de crianças e jovens atentos às palavras dos poetas. "Eu acho um bom exemplo do colégio nos incentivar à leitura. Toda quarta-feira, tem uma mesa com vários livros que os alunos podem pegar e trocar", disse Lavínia Conceição, de 15 anos, estudante de Cachoeira. Ela confessou que não lê muito, mas está gostando do best-seller 'A Cabana', de William P. Young. Diretamente da aula para a Flica também veio a professora Denise Ramalho com muitos estudantes. "Eu trouxe meus alunos para que todos pudessem aproveitar a palestra. É uma atmosfera que não é a da escola", disse a professora Denise Ramalho. A escola também foi um dos assuntos comentados pelo trio. "Temos aqui um grande problema: primeiro, eu sou professor de literatura. Segundo, a literatura não pode ser ensinada. Então, vamos ler literatura!", convocou Ruy Espinheira, que, além de poeta, é também doutor em Letras pela Universidade Federal da Bahia e jornalista.
Ruy Espinheira Filho, Jackson Costa (no meio) e Antonio Cicero (de azul)
Muitos da plateia também estavam curisosos: afinal, "como acontece o processo de criação de um poema?", chegou em um bilhete. "O poema já é uma obra de arte", conta Antonio Cícero. E nesse embalo, Ruy Espinheira também puxou o assunto sobre técnica e inspiração. " (O poeta) João Cabral de Melo Neto dizia que a poesia é 1% inspiração e 99% transpiração", completou Antônio Cícero. "A leitura é a continuação desse texto. O leitor também é autor do texto. Quando o leitor lê poesia, ele também é poeta", disse Ruy Espinheira sobre a relação entre o leitor e o texto. E completou: "O que o leitor lê é ele mesmo". Para ele, quando o leitor não gosta do que lê é porque não se viu no texto. A música também esteve entre os assuntos. Antônio Cícero, que é irmão da cantora Marina Lima, explicou como é dar letra a uma melodia. "Quando eu recebo uma melodia, eu penso na pessoa que me deu essa melodia. Se for Marina (Lima), vai sair uma coisa, se for João Bosco - um grande parceiro meu - já é outra coisa", explicou. Outra pergunta instigou os escritores. "Como é fazer literatura em um país que não lê?". Para responder, Ruy foi categórico: "Quem começa no mundo da literatura, não vai parar mais". Mas admitiu que até os professores surpreendentemente são poucos leitores. "Os professores também não leem. Eu sei disso porque fui professor de pessoas que seriam professores", provocou. *O iBahia está na Flica fazendo cobertura do evento em tempo real

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