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LITERATURA

Debate sobre história e cidadania encerra segundo dia da Flica

Na última mesa desta quinta-feira (24), bate-papo foi protagonizado pelos jornalistas Laurentino Gomes e Eduardo Bueno

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25/10/2013 às 8:41 • Atualizada em 28/08/2022 às 18:18 - há XX semanas
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Eduardo Bueno e Laurentino Gomes em animado bate-papo sobre a história do Brasil e também sobre os dias atuais
Um bate-papo bem-humorado sobre a história do Brasil encerrou o segundo dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Durante quase duas horas e meia, os jornalistas Laurentino Gomes e Eduardo Bueno, ambos ganhadores do prêmio Jabuti por suas obras, discutiram o processo que transformou o Brasil no país que hoje conhecemos. "O brasileiro espera que o estado resolva tudo por ele. Por isso ele não participa da vida política. Mas o estado não constrói cidadania. Quem constrói a cidadania é a sociedade civil", acredita Laurentino. Clique aqui e acompanhe a transmissão da Flica ao vivo Autor dos livros '1808', '1822' e do recém-lançado '1889', Laurentino diz que construir cidadania é o maior desafio nos dias de hoje. "O estado é o espelho da sociedade. O brasileiro às vezes prega o fechamento do Congresso e a volta do general, diz que todo mundo é corrupto, mas ele próprio joga lixo na rua, fura fila, desrespeita o sinal, coloca o som alto de madrugada sem se preocupar com o vizinho e corrompe o agente público se for do seu interesse. Isso é antirrepublicano". Veja também: Mário Magalhães e Ana Tereza Baptista falam sobre biografia na Flica Sempre bem-humorado e arrancando gargalhadas do público, Eduardo Bueno concorda. Para ele, é costume do brasileiro culpar os políticos por todos os problemas do país. "Mas somos agentes históricos, e fazemos escolhas todos os dias. Escolhemos se faremos ou não exercício, se vamos comer uma comida melhor ou não", pontua. À luz das recentes discussões sobre a censura de biografias não autorizadas, Laurentino disse: "Não tenho nada contra biografias 'chapa branca'. Mas não podemos proibir as biografias não autorizadas, porque assim estaremos engessando a história", opina. Dono de um discurso politizado, o escritor também falou sobre as manifestações que ocorreram recentemente no país: "Não devemos nos assustar com as manifestações, elas são parte da democracia. Apesar de democracia não se fazer no grito, ela é também um sinal de vitalidade, especialmente por parte dos jovens. Significa que os jovens se interessam, sim, pela vida política". A programação da Flica continua nesta sexta-feira (25), às 10h, com a mesa 'O Não Legado da Literatura', com o escocês Ewan Morrison e o mineiro Sérgio Rodrigues. Clique aqui e confira a programação completa.

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