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IRMÃ DULCE

Três anos de Santa Dulce dos Pobres: relembre cerimônia de canonização da 1ª santa do Brasil

Evento foi realizado em 13 de outubro de 2019, no Vaticano, e contou com a presença de milhares de pessoas. Entre elas, baianos que viajaram para prestigiar o Anjo Bom da Bahia

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Redação iBahia

13/10/2022 às 6:00 - há XX semanas
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					Três anos de Santa Dulce dos Pobres: relembre cerimônia de canonização da 1ª santa do Brasil
Foto: Reprodução/TV Globo

Nesta quinta-feira (13), a canonização de Irmã Dulce completa 3 anos. Desde então, a freira baiana se tornou a primeira santa brasileira e passou a se chamar Santa Dulce dos Pobres. Em sua homenagem, o primeiro Santuário dedicado à ela, em Salvador, terá uma programação especial ao longo do dia. Já o iBahia relembra como foi a cerimônia, entre tantas outras homenagens.

O evento aconteceu de canonização de Irmã Dulce aconteceu no dia 13 de outubro de 2019. Era um domingo. De acordo com o Vaticano, 50 mil pessoas se reuniram na Praça de São Pedro, no Vaticano, para participar da cerimônia. Entre elas, estavam centenas de baianos, que se preparam por meses para acompanhar tudo de pertinho.

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O evento aconteceu às 10h34 no horário local e 5h34 no horário de Brasília. Na mesma cerimônia, outros quatro beatos, de diferentes nacionalidades, também foram canonizados pelo Papa Francisco. Foram eles:

  • o teólogo e cardeal inglês John Henry Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século 19;
  • a religiosa italiana Giuseppina Vannini;
  • a religiosa indiana Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan;
  • a catequista suíça Margherita Bays.

"Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys", disse o Papa, em latim.


				
					Três anos de Santa Dulce dos Pobres: relembre cerimônia de canonização da 1ª santa do Brasil
Reprodução/Globo News

O "rito de canonização", como é chamado o evento, ocorreu na missa de domingo celebrada pelo Papa. Depois dos passos da cerimônia, que incluem um canto de entrada, um canto de “invocação do Espírito Santo” (uma forma de pedir a Deus que o ajude a tomar uma decisão acertada), uma "ladainha" (uma oração cantada) e a leitura da fórmula de canonização, a missa seguiu como ocorre normalmente.

Tudo foi acompanhada por autoridades brasileiras como o vice-presidente, Hamilton Mourão; o governador da Bahia, Rui Costa; o então prefeito de Salvador, ACM Neto; e os então presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

Quem também estava presente foi rei Charles III, que, na época, ainda era príncipe, e prestigiava a cerimônia em homenagem a John Henry Newmann - um dos canonizados.

A cantora baiana Margareth Menezes, o padre Antonio Maria e o sanfoneiro cearense Waldonys também integraram o grupo de brasileiros presentes. Eles tocaram e cantaram no altar a música oficial da canonização.

A emoção era grande entre os que estavam presentes e também para quem assistiu a tudo de longe, no Brasil. Isso aconteceu porque Santa Dulce dos Pobres, que também é conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas brasileiras mais populares. O reconhecimento veio por causa do trabalho social, principalmente na Bahia.

Embora outras brasileiras e uma outra religiosa tenham sido canonizadas antes de Irmã Dulce, o Vaticano considera ela a primeira santa brasileira, porque ela é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos. As outras canonizações aconteceram no Brasil, mas não foram para brasileiras.

Para ser canonizada, uma pessoa precisar ter 2 milagres reconhecidos. O primeiro milagre de Santa Dulce dos Pobres foi reconhecido em 2011. Na época, ela foi beatificada. O segundo foi reconhecido em maio de 2019, cinco meses antes da canonização. Outras dezenas de possíveis milagres relatados por fiéis seguem em análise.

Trajetória


				
					Três anos de Santa Dulce dos Pobres: relembre cerimônia de canonização da 1ª santa do Brasil
Foto: Divulgação/Obras Sociais Irmã Dulce
  • Nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador
  • Quando ela tinha 7 anos, sua mãe morreu
  • Aos 13 anos, ela acolhia mendigos e doentes na casa onde morava com o pai e os irmãos, no bairro de Nazaré, na capital baiana
  • A vida religiosa começou aos 18 anos, quando, após se formar como professora primária, ela ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus
  • Somente aos 19 anos, mais especificamente em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Irmã Dulce em homenagem à mãe, que se chamava Dulce Maria; naquele mesmo mês, ela viveu 6 meses em São Cristovão (SE) e depois voltou para Salvador
  • No ano de 1935, iniciou a assistência à comunidade carente, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que foi formado no bairro de Itapagipe, na capital baiana
  • Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas, em um local de Salvador conhecido como Ilha dos Ratos. Nos imóveis, ela acolhia enfermos e desabrigados
  • Ainda na década de 30, ajudou operários do bairro de Itapagipe, em Salvador, a formarem a União Operária São Francisco. Logo depois, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, fundou o Círculo Operário da Bahia
  • Junto aos trabalhadores, ela inaugurou um colégio para os filhos dos operários e ainda ajudou a fundar os cinemas Plataforma e São Caetano, além do Cine Teatro Roma; a renda obtida nos cinemas contribuía para a manutenção do Círculo Operário
  • Na década de 60 transformou um galinheiro do Convento de Santo Antônio em albergue. Mais tarde, o lugar deu origem ao Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, em Salvador, e as Obras Sociais que levam o nome dela
  • Em 13 de março de 1992, faleceu em Salvador na Bahia
  • Em 2011, foi nomeada beata
  • Em 13 de outubro de 2019 foi canonizada e se tornou santa com o nome Santa Dulce dos Pobre

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