Um advogado foi preso na última quarta-feira (26) no bairro Costa Azul, em Salvador, acusado de violência psicológica, extorsão e perseguição contra a sua ex-namorada. Os crimes ocorreram em abril e maio deste ano, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, e foram cometidos por meio de ligações telefônicas e mensagens de aplicativos.
A vítima relatou em seu depoimento para a 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista que recebia constantes ligações com ameaças de morte. O suspeito também fazia falsas denúncias anônimas à instituição de ensino onde a mulher dava aula, se passando por aluno. Ao todo, 11 números diferentes foram registrados pela polícia durante a investigação do caso.
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Mensagens como "eu vou acabar com a sua vida", "estou de olho em seus passos", "você vai morrer", estão entre os registros da investigação. É o que afirmou o delegado Paulo Henrique, um dos responsáveis pela investigação, durante coletiva de imprensa.
A operação foi conduzida pelo Núcleo Técnico de Interceptação de Sinais (NTIS), confirmando que o acusado era o proprietário dos números usados nas ameaças. Com essas provas, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Vitória da Conquista) solicitou a prisão do suspeito à Justiça.
A ordem de prisão foi cumprida por policiais da Deam, resultando na apreensão de dois celulares, que foram enviados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O homem passou por exames de corpo de delito e permanece custodiado, à disposição da Justiça. Já a vítima vem sendo assistida pela Deam de Vitória da Conquista. A identidade de ambos foram preservadas.
Perseguição e violência psicológica
O acusado utilizou de 11 números anônimos, além de páginas e perfis de Instagram para praticar os crimes de perseguição. De acordo com a Polícia Civil (PC), trata-se do maior caso de stalker da região devido a sua complexidade.
"Sou capaz de ir na faculdade onde você trabalha, falar para todo mundo que você é louca, doente e que vive a base de remédio controlado", afirmava em uma das mensagens encaminhadas para vítima. Além disso, diversas denúncias falsas foram feitas à instituição de ensino em que ela dava aula, alegando agressões a alunos e uma série de outras difamações.
Extorsão e falsa identidade
A apuração do caso começou em maio deste ano e em um determinado momento o próprio acusado foi até a delegacia na tentativa de conseguir informações e direcionar a investigação. Nesta primeira visita, o advogado explicou ao delegado que estaria auxiliando uma suposta cliente vítima de perseguição, passando um relato do caso e questionando se haveria como chegarem até a pessoa que estaria por trás daqueles números.
A Polícia Civil informou ainda que o autor dos crimes chegou a mandar um áudio ameaçando uma pessoa próxima da vítima e exigindo que ela lhe pagasse pelos honorários referentes à sua atuação como advogado. Até o momento, ele ainda não havia sido identificado como o responsável pelas mensagens.
A Delegada Decimaria Cardoso, da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher, ainda trouxe mais uma informação durante a coletiva:
"No dia 7 de junho, o acusado utilizou um número diferente para se passar por um oficial de Justiça. Nas mensagens, ele orientava a vítima a retirar a denúncia alegando que ela não teria base para prosseguir com a acusação e que isso poderia lhe trazer consequências com a justiça", afirmou a delegada Decimaria Cardoso, da Deam de Vitória da Conquista, explicando se tratar de um crime de falsa identidade e usurpação de função pública.
Atualmente, o acusado está em prisão preventiva em Salvador desde o último dia 26. A polícia trabalha na conclusão dos três inquéritos que foram abertos. A pena da maioria dos crimes cometidos é de 1 a 2 anos, com exceção do crime de extorsão, cuja pena pode ser 4 a 10 anos de prisão.
