Os acidentes de trabalho que resultam em mortes têm se tornado cada vez mais recorrentes na Bahia. A situação chamou a atenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) devido à precarização das condições de saúde e segurança em setores como construção civil, garimpo, telefonia e eletricidade.
A questão da saúde e segurança no trabalho é a principal causa de abertura de investigações no MPT. Até junho deste ano, dos 903 inquéritos ativos, 269 tratam de casos em ambientes de trabalho, sendo 216 relacionados a acidentes. Em contrapartida, durante todo o ano de 2023, o órgão abriu 1.229 inquéritos, com 370 situações em meio laboral e 298 investigações de acidentes típicos ou por equiparação.
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Os casos acontecem em diversos municípios. No último final de semana, por exemplo, dois trabalhadores do extremo sul da Bahia morreram enquanto trabalhavam. O primeiro caso ocorreu no dia 19 de julho em Medeiros Neto e resultou na morte de Bruno Batista de Jesus, 31 anos. Ele caiu enquanto limpava um galpão na zona rural da cidade.
Já o segundo acidente aconteceu no município de Valença. O pedreiro Ivonilton França Júnior, de 39 anos, morreu após um choque elétrico na obra em que atuava.
Ações do MPT diante dos acidentes de trabalho
A Polícia Civil registrou os casos como mortes acidentais. O MPT, por sua vez, solicitou à corporação um enquadramento mais preciso, nomeado como acidentes fatais de trabalho.
Além disso, o MPT disse em nota que “buscará dados de outros órgãos envolvidos para identificar os empregadores responsáveis por garantir condições de saúde e segurança no trabalho. A Superintendência Regional do Trabalho também será acionada para produzir relatórios de perícia necessários para a investigação”, diz a nota.
Nanci Souza
Nanci Souza
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