Entre os 417 municípios da Bahia, Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador, lidera o ranking de maior número de casos envolvendo picadas de animais peçonhentos. Segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até junho deste ano (2024), foram registrados em todo o território baiano 14.896 novos casos de ataques de animais peçonhentos. Destes, 424 foram na cidade.
Em um ranking, os escorpiões lideram com mais registros. São 316 total. As aranhas aparecem em segundo com 27 casos, serpentes com 26 e abelhas com 16. Os outros 39 englobam outros animais.
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O impacto da alta desse tipo de ocorrência também vem sendo sentida pelo Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). A alta do número de atendimentos à pacientes internados foi de 81%, se compararmos os primeiros cinco meses de 2024 com 2023.
Em maio de 2024, por exemplo, a situação piorou ainda mais. O aumento foi 132% em relação ao mesmo período de 2023.
Entenda os motivos para aumento das picadas de animais peçonhentos
Em entrevista ao BATV, a professora Ilka Bondi, do Laboratório de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), relata que o aumento das ocorrências se deve aos impactos ambientais.
"Infelizmente, o desmatamento obriga o animal a sair do seu habitat natural e buscar outro local dentro das casas, mas cada animal tem sua especificidade. Às vezes, com serpente acontece mais na zona rural, mas nossa maior preocupação são as ocorrências na zona urbana, porque envolve atividades de manutenção da casa, como tirar o lixo, calçar o próprio sapato, entre outros. Anteriormente, o HGCA era o hospital de referência, mas hoje muitas pessoas vão para UPA, onde por mais equipada que seja, não consegue atender com rapidez uma situação de acidente com escorpião. Por exemplo, em 2 horas o quadro muda de leve para grave porque a toxina alcança a placa motora. Não tem aparelho, um equipamento para entubar. Na minha opinião todo acidentado com animal peçonhento deve ser levado direto para o Clériston Andrade ou, em caso de criança para o Hospital Estadual da Criança (HEC)".
O Ministério da Saúde informa que o SUS oferece gratuitamente antivenenos, conforme necessário, para uso no tratamento dos indivíduos acidentados.
Em caso de emergência, ela orienta que se contate imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).
AUTOR
Ketheleen Serra
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Ketheleen Serra
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