Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, tem presenciado nos últimos anos uma crescente onda de adeptos ao estilo de vida saudável, impulsionada especialmente pela corrida. Os grupos da modalidade estão se multiplicando e atraindo pessoas de diferentes faixas etárias e estilos de vida, transformando a atividade física em uma prática coletiva e motivacional.
Para muitos, a corrida vai além de um simples exercício físico. É uma forma de aliviar o estresse do dia a dia, enfrentar as diversidades e se conectar com outras pessoas, mantendo a saúde em equilíbrio.
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O casal Jamile Lima, de 39 anos, e Floildo Ferreira, de 42 anos, iniciaram na corrida em 2019 e desde então vem treinando juntos. “Corrida é individual e coletiva. Precisamos aprender a correr sozinhos, mas ter alguém acompanhando, torcendo, ensinando e aprendendo com você é muito gostoso”, explica Jamile.
O casal compartilhou com o iBahia que agora, em 2024, tiveram que diminuir a intensidade dos treinos, pois Jamile está com 24 semanas de gestação. Ela relata que, mesmo gestante, continua com sua rotina de treinos com o marido.
“Não sinto enjoos, mal-estar, nem fadiga. Nada fora do normal de quem trabalha, treina e tem vida social. Acordo até mais disposta que antes e continuo com a corrida, pois é o meu momento de descanso também, principalmente meu descanso psicológico”, finaliza ela.
Já Paulo Ricardo tem 45 anos e relata que o esporte modificou a história de vida dele assim como a autoestima. “Quando eu completei 40 anos, resolvi fazer uma mudança na minha vida. Comecei a praticar atividade física e depois fui evoluindo para a corrida. E na corrida me apaixonei e permaneço até hoje, participando de treinos e competições”.
Paulo conta que se considera como um grande exemplo de superação, já que perdeu 20 quilos e agora se sente melhor em vários aspectos na saúde física e mental.
A corrida como espaço de inclusão
Maria Nery tem 65 anos e se considera uma idosa bastante ativa. Ela fala que pratica quatro modalidades esportivas diferentes. “Sou corredora de rua, tenho meu assessor de corrida, ele elabora as minhas planilhas e faço minhas aulas de musculação, Crossfit e Pilates”.
Ela conta ainda que a atividade física para ela se tornou uma terapia diária, pois mesmo aposentada, ela se dedica aos movimentos. “Movimento é remédio, é melhor nos movimenta, correr e fazer aquilo que a gente gosta do que ficar doente”.
Por fim, ela deixa uma mensagem para os futuros corredores. “A dor da corrida supera a dor da vida. Então, vamos nos movimentar e fazer atividades físicas, pois o movimento cura”.
Impacto da corrida na saúde física e mental
O educador físico Thyago Almeida explica que o aumento da prática está sendo exponencial na cidade. Por isso, ele repassa algumas orientações importantes e dicas para quem está iniciando.
O profissional explica que a corrida de rua não restringe idade e que, apesar de ser um esporte individual, quando praticado em grupos, os novos atletas se motivam ainda mais. Eles se relacionam, compartilhando o mesmo ambiente e a sensação de superação a cada treino ajuda na autoestima.
“A corrida de rua traz inúmeros benefícios físicos para o sistema cardiovascular e respiratório, através do aumento da capacidade respiratória e cardíaca. Além disso, auxilia no fortalecimento da imunidade, resistência e aumento de gasto calórico diário, importante fator para o emagrecimento”
Qual seria a melhor maneira de começar a praticar corrida de rua
Thyago fala que o iniciante necessita de prática gradual, onde ele intercalará períodos de caminhada com pequenos trechos de corrida, seja por distância ou tempo. Com isso, ele possibilitará mensurar sua evolução, aumentando esses trechos até se tornar apto a correr de forma contínua e livre de lesões.
Com o passar dos treinos, da evolução no esporte, é necessário também o auxílio médico e fisioterápico, pois com o aumento na demanda física é preciso ficar atento as questões cardíacas e dos músculos articulares.
Um exemplo disso é Ellen Alcântara, enfermeira e professora. Ela conta ao iBahia que se desafiou quando ouviu muitos mitos de pessoas destacando que o esporte não era pra ela.
Com 42 anos e dois filhos, ela seguiu e hoje faz corridas com tranquilidade. “Muitos anos sedentária, resolvi mudar em 2024 e hoje vivo muito bem com a motivação que a atividade física me traz”.
Ellen participou da sua primeira corrida no domingo (15) e, para ela, foi uma grande superação “A avenida estava linda com pessoas se ajudando e fortalecendo umas as outras. Eu sou muito grata por ter vivido essa corrida e já quero de novo”, relatou ela.
Pérola Nathália, de 20 anos, começou com a correr recentemente, no início de 2024. “Procurei a corrida justamente pela saúde mental, é onde consigo respirar, manter a mente tranquila, é onde a mente descansa, onde o coração acelera, mas de forma positiva”.
Por fim, ela relata que desde então conseguiu perceber uma melhora na respiração, onde se sente menos cansada. “Pós-corrida tenho mais energia e mais disposição", finalizou. E aí? Partiu, corrida?!
Ketheleen Serra
Ketheleen Serra
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