A inspiração do Rio São Francisco para os escritores juazeirenses

O mês de outubro marca a celebração do Dia Nacional do Livro e em Juazeiro, cidade do norte da Bahia, muitos autores enaltecem a cultura do semiárido nordestino por meio das letras. Nesse contexto, a cidade é diferenciada já que possui enorme acervo de obras produzidas por escritores de vários lugares do mundo. Por aqui, o Rio São Francisco é fonte de inspiração.

Muitas das obras registradas contam as magias por trás das águas do Velho Chico, desde lendas até vivências em torno do rio. A literatura no Vale do São Francisco é de importância cultural, sendo importante para a identificação entre os autores. É por isso que encanta e se diversifica.

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A poeta Milena Silva, de 23 anos, natural de Juazeiro, publicou o primeiro livro de poesia em 2016, aos 15 anos. Intitulado "Rascunhos de Memória", a obra aborda sentimentos e riquezas históricas da região. A poeta entende que há uma magia onde nasceu e ressaltar isso é importante para as outras gerações.

"O mundo, além de suas especificidades e suas diferenças, ele também tem a sua magia, a sua conexão coletiva. Para a região do Vale do São Francisco, a literatura tem esse papel, justamente de documentar e de registrar esse mundo.", reflete Milena Silva.

Além disso, para Milena Silva, a literatura abriu portas para a entrada dela em uma universidade. A autora, que estuda Ciências Sociais na Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), comenta que "se não fosse a literatura, não conseguiria pensar na possibilidade de entrar em uma universidade pública".

Ela ainda enfatiza também outras portas que a literatura abriu em sua trajetória.

"Se não fosse a literatura, eu não poderia pensar em conversar com mulheres que alcançaram objetivos muitos grandes e que tem uma história na região, como Elizabeth Moreira. A literatura me oportunizou isso, ela (Elizabeth Moreira) olhou para mim e achou a minha literatura uma potência.", comenta Milena Silva.

A autora Milena Silva vê o seu interior como urbano. "Eu sempre penso nesse asfalto quente com um pé gigante, que vai botar sombra para gente, que, ao mesmo tempo que eu estou ali em conflito com a vida moderna, eu vejo um cavalo passando e eu ainda consigo respirar esse ar e olhar para essa imensidão azul que é o rio". Para ela, a importância da literatura na região é um lugar que ela pode se deslocar do chão e voltar para ele.

Destaque na literatura de Juazeiro deixou legado

A prática da leitura traz inúmeros benefícios tanto para o leitor quanto para o escritor. Ela estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, aprimora a capacidade interpretativa e proporciona um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos.

Dos inúmeros escritos enaltecidos na cidade, um de grande destaque fica com Maria Isabel Figueiredo Pontes, mais conhecida como Bebela. Ela foi uma das personalidades de maior destaque de Juazeiro, especialista na cultura e história da cidade.

Em 2023, a especialista faleceu aos 94 anos. Na época, a prefeitura da cidade emitiu luto oficial e presentou sentimentos para a família, destacando o legado deixado pela escrita.

“É com muito pesar que soubemos do falecimento da nossa querida Bebela, uma pessoa que mantinha viva a história de Juazeiro e deu uma grande contribuição à cultura da nossa terra. Neste momento de dor e consternação, só nos cabe pedir a Deus que dê conforto à sua família para que possam enfrentar esta imensurável dor com serenidade. Aos parentes e amigos, desejo os mais profundos sentimentos e juntamente com toda a população, nossos mais sinceros sentimentos”, afirmou a prefeita Suzana Ramos.

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