A missa de sétimo dia da morte do ex-ator mirim João Rebello foi celebrada na noite desta sexta-feira (1º) no Quadrado de Trancoso, distrito de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Amigos se reuniram na Igreja São João Batista. Outra missa foi realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
João morava no distrito e trabalhava como DJ e artista visual. Conforme a Polícia Civil (PC), o artista foi morto, no último dia 24, por engano — confundido com outro homem parecido com ele e que usava o mesmo tipo de carro. A instituição descartou qualquer possibilidade de que o artista estivesse ligado a atividades criminosas.
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Em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia na região, a produtora cultural Flávia Barbalho contou que trabalhou com João Rebello por dois anos em eventos no distrito de Trancoso. "João alugava os equipamentos e ia embora. Às vezes, trabalhava e ficava quietinho, no canto dele, nas músicas. Que Deus o acolha", disse a produtora cultural.
O padre Marconi Ramos, da Igreja São Batista, falou sobre o simbolismo da missa de sétimo dia para o cristianismo. "Celebrar o sétimo dia remonta o livro de Gênesis, onde Deus em seis dias criou, e no sétimo, descansou. Tem pessoas que saem da festa da vida mais cedo, infelizmente acontece. Hoje, nós celebramos esse momento, que não é de tristeza, mas de esperança, de se colocar à disposição de Deus e nos preparar todos os dias para a nossa chegada ao céu", disse o padre.
Suspeitos de matar João Rebello já tinham mandado de prisão em aberto
Pelo menos dois dos três suspeitos de envolvimento na morte de João Rebello, no dia 24 de outubro, em Trancoso, paraíso turístico no extremo sul do estado, já tinham mandado de prisão em aberto por outros crimes, conforme a Polícia. O Wallace Santos Oliveira, o WL foi o primeiro suspeito preso. Ele se apresentou na 3ª Delegacia Territorial (DT/Trancoso), acompanhado por um advogado.
Outros dois suspeitos do homicídio já foram identificados: Felipe Souza Bruno, mais conhecido como Zingue, Anderson Nascimento Sena, chamado de Danda. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos na quarta-feira (30). Eles são considerados foragidos.
A polícia disse que ambos possuem mandados de prisão em aberto por homicídio e tráfico de drogas. Em uma consulta feita pelo g1 no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o resultado mostra que Anderson Nascimento Sena era alvo de ao menos dois mandados de prisão: o primeiro por roubo à mão armada, expedido em 18 de abril de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Eunápolis, outra cidade do extremo sul baiano; o segundo corresponde ao crime de homicídio por motivo fútil, expedido em 18 de setembro de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Porto Seguro.
O BNMP mostra que o homem foi condenado a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, com sentença já transitada em julgado — ou seja, sem possibilidade de recurso.
Já Felipe Souza Bruno aparece como alvo de apenas um mandado de prisão, também pelo crime de homicídio por motivo fútil. O mandado de prisão preventiva foi expedido em 22 de junho de 2022 pela Vara de Jurisdição Plena de Belmonte, na mesma região.
Conforme o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), esse mandado chegou a ser cumprido, por isso o processo aparece como "arquivado definitivamente". O Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões, no entanto, aponta que o réu não foi recapturado.
O site tentou contato com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) para checar quando o suspeito foi detido e quais as circunstâncias da liberdade — se ele obteve decisão favorável à soltura ou se fugiu, por exemplo —, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Tanto Felipe quanto Anderson seguem procurados pela Polícia Civil, agora pelo crime contra João Rebello.
Nanci Souza
Nanci Souza
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