Quem vai até o Abrigo São Francisco de Assis, administrado pela Associação Brasileira Protetora dos Animais – Seção Bahia (ABPA-BA), pela primeira vez se impressiona com a quantidade de animais que um dia foram abandonados. Os cerca de 200 cães e 230 gatos que lá vivem hoje sobrevivem graças ao trabalho de um grupo que trabalha incansavelmente em busca doações.
A ABPA-BA atua na proteção de animais abandonados e o Abrigo São Francisco de Assis é mantido exclusivamente através de doações e do trabalho de voluntários. Segundo a gerente da ONG, Cátia Oliveira, o abrigo pode fechar as portas por conta das dívidas que passam de R$80 mil.
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“Esses mais de R$80 mil vêm persistindo porque existe um resíduo acima da nossa despesa fixa, que foi em algum momento dos bloqueios das contas. Esse resíduo passa de R$20 mil e nossa conta fixa é de R$60 mil. E os gastos do abrigo aumentam cada dia mais. O funcionamento do abrigo é contínuo, aquilo ali é como se fosse um hotel de animais. Não é um hotel porque a gente não recebe diária, mas os animais se alimentam, precisam de cuidados médicos”, explica.
A gerente lembra que as contas não param de chegar, assim como o número de abandonos, que aumenta a cada dia. Só que as doações não são fixas e nem sempre é possível quitar os compromissos financeiros.
“A gente precisa movimentar as redes sociais, correr atrás de patrocínio, que a gente não conseguiu ainda. Isso seria muito importante para gente conseguir honrar com nossos credores as contas principais como alimentação e remédio. Mas infelizmente esse resíduo de mais de R$20 mil tem nos prejudicado bastante e dessa vez, nesse mês, nós não conseguimos honrar o pagamento da ração e do laboratório”, lamenta a gestora.
Segundo Cátia Oliveira, a ABPA-BA não recebe nenhuma ajuda do poder público.
“Inclusive estamos pensando em pedir ajuda mais uma vez ao poder público, porque estamos sempre recebendo pedidos de ajuda. Antes a gente ajudava protetores independentes e deixamos de ajudar. Nós ajudávamos porque recebíamos ajuda da população, mas depois da pandemia, as doações diminuíram bastante. Para o poder público é como se fossemos invisíveis. Inclusive algumas pessoas dos órgãos públicos pedem ajuda para a gente resgatar animais, mas como vamos resgatar se estamos precisando de ajuda?”, questiona a gerente da ONG.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (SECIS) de Salvador, mas até a publicação dessa matéria não teve resposta.
Como adotar
Nesse domingo (30), tem Feira de Adoção das 9h às 12h, na Praça Ana Lúcia Magalhães.
Para adotar um dos animais do Abrigo São Francisco de Assis é preciso ter mais de 18 anos, passar por uma entrevista com os voluntários da ABPA-BA e pagar uma taxa de R$180.
Para adoção de gatos, as janelas de casa deverão estar teladas.
Todos os animais do Abrigo estão vacinados, castrados e vermifugados.
Doações
As pessoas que se sensibilizarem com a causa ou que amam bicho, mas ainda não estão prontas para adotar um animal, podem ajudar o Abrigo São Francisco de Assis de várias formas.
A ABPA-BA promove uma série de programas para aqueles que ainda não podem ter um bichinho em casa.
Amigo Nota Dez: quando a pessoa se compromete a doar mensalmente uma quantia para manutenção do Abrigo São Francisco de Assis.
Mais Ração: que busca captar amigos que doem um saco de ração premium ou superpremium de 20 Kg todo mês.
Dindo Dinda: que tem a finalidade de encontrar pessoas que desejam apadrinhar um gatinho ou cachorrinho do Abrigo, doando mensalmente um valor que será destinado ao tratamento do peludo.
Doações em dinheiro podem ser feitas no PIX: [email protected]
A ABPA-BA recebe também doações de material de limpeza, de ambulatório, ração úmida, areia higiênica para gatos e papelões grandes, abertos e limpos para forrar o chão dos animais.
AUTOR
Gabriela Braga
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