A cantora Maria Rita é uma das atrações do Festival de Verão Salvador em 2024. Na apresentação, prevista para o domingo, 28 de janeiro, a artista vai receber a participação do cantor Thiaguinho, em um show que promete levar o melhor do samba ao palco Ponte do evento.
Com mais de 20 anos de carreira, nos quais passeou por gêneros musicais como MPB e samba, a artista tem uma trajetória marcada por diversas curiosidades. O iBahia reuniu cinco fatos da vida e da obra de Maria Rita para você ficar por dentro e entrar no clima para o show.
Leia também:
Herança musical muito além de Elis
Todo mundo sabe que Maria Rita é filha de Elis Regina (1945-1982), considerada até hoje pela crítica como uma das maiores cantoras do Brasil. Mas a música está no sangue da artista também pelo lado paterno, já que ela é filha do maestro e arranjador Cesar Camargo Mariano, que foi casado com Elis por nove anos. Dessa união também nasceu Pedro Mariano, também cantor.
Do primeiro casamento de Elis, com Ronaldo Bôscoli, entre 1967 e 1972, nasceu o produtor João Marcello Bôscoli, meio-irmão de Maria Rita e Pedro. Pelo lado paterno, a artista ainda tem outros dois meios-irmãos, também ligados à música: Marcelo e Luísa.
"Fingia" não querer cantar
Mesmo tendo nascido nesse berço musical, Maria Rita relutou até finalmente estrear como cantora. Aos 18 anos, mudou-se para os Estados Unidos, onde o pai morava, e se formou em Comunicação Social e Estudos Latino-Americanos na Universidade de Nova York.
"Sempre quis ser cantora, mas fingia que não. Fui estagiária de gravadora e até bibliotecária", disse em 2004, em entrevista à extinta Revista Oi. De volta ao Brasil, em 2002, atuou como produtora do irmão, Pedro Mariano, e aos poucos assumiu para si mesma o caminho que seguiria. Seus primeiros shows aconteceram em São Paulo, na companhia do jovem violonista Chico Pinheiro.
Estagiária de revista adolescente
Antes mesmo de pensar em seguir a carreira musical, no entanto, Maria Rita viveu uma experiência curiosa: aos 15 anos, foi estagiária da extinta revista adolescente Capricho. Ela relembrou essa época em uma entrevista à rádio CBN, em 2005.
"Fiz lá um estágio de um tempão. Foi uma maravilha. Comecei abrindo envelope, com tesoura, abrindo as cartas. Não tinha e-mail na época, não existia isso ainda. E eu abria as cartas e separava para o departamento de atendimento ao leitor. Depois eu passei a responder as cartas. Depois disso, comecei a ajudar nas pesquisas visuais e de textos pros repórteres", contou.
Ainda segundo a artista, em um determinado momento, suas colaborações ganharam as páginas da revista: "Fazia crítica de livros pra adolescentes. Eles davam pra eu ler. Afinal de contas, um adolescente fazendo crítica de um livro pra adolescente é maneiro né. Ai culminou em uma matéria. Eu cheguei a fazer uma matéria com uma repórter, assinei outra, como aprendiz, contando como era o estágio. Isso gerou um concurso, dentro da revista, para as leitoras poderem passar uma semana como estagiária também".
Achou que o samba seria passageiro
Após um início de carreira bem-sucedido e dois álbuns que a colocaram entre os grandes nomes da MPB, Maria Rita decidiu mudar de rumo e fazer um disco todo dedicado ao samba. "Samba Meu", de 2007, vendeu 300 mil cópias e trouxe hits como "Num Corpo Só" e "Tá Perdoado". Foi apenas o começo de uma guinada na carreira da cantora, que passou a se dedicar fortemente a esse gênero.
À época do lançamento, no entanto, Maria Rita ainda não vislumbrava essa possibilidade de se firmar no samba. Para ela, a passagem pelo gênero musical poderia ser apenas "temporária", como definiu em entrevista ao Correio Braziliense.
Não posso dizer que sou sambista... e é até delicado tentar definir o conceito. Sou de São Paulo, de classe média, não nasci ouvindo samba, nem no morro. Há elementos do imaginário coletivo que eu realmente não tenho. E não sou sambista porque não sei qual é a consequência de ter gravado um disco desses, não sei se vou gravar só sambas daqui para a frente. Sambista é a Mart'nália, o Paulinho da Viola, eles vivem disso. Talvez eu seja só uma sambista temporária. Maria Rita
De intérprete a compositora
Em mais de 20 anos de carreira, Maria Rita se firmou como intérprete, dando voz a canções de novos e antigos compositores. No entanto, a pandemia de Covid-19 despertou na artista o interesse de se arriscar como compositora. Em 2022, ela lançou o EP "Desse Jeito", que traz duas canções autorais: "Canção da Erê Dela", com participação de Teresa Cristina, e "Por Vezes", com a presença de Thiaguinho. Esse último feat deverá estar no setlist da cantora no FV24, já que ela vai receber a participação do ex-integrante do Exaltasamba no palco Ponte, no domingo (28).
Saiba mais sobre o Festival de Verão clicando aqui!
Julli Rodrigues
Julli Rodrigues
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!