A drag queen Saphyra Luzz foi eleita a rainha LGTQIAP+ do Carnaval de Salvador. O concurso, realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), aconteceu no último dia 20, no Palco Multicultural, na Praça Thomé de Souza - Centro Histórico de Salvador. Participaram da iniciativa pessoas trans, travestis, não-binárias e drag queens. Os quesitos analisados pela banca julgadora foram performance, alegria, empatia e simpatia.
Em entrevista ao Fervo das Cores, do portal iBahia, a artista destacou a felicidade em ter conquistado o título, mas enfatizou a importância de dar mais visibilidade à nomeação.
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“Estou orgulhosa e feliz com a conquista, mas acho que não tive a possibilidade de mostrar mais quem era a rainha, o que estava fazendo na festa, afinal apenas segurar a faixa e a coroa não é o bastante. É preciso ter uma militância, um trabalho e uma valorização”, disse Saphyra, que em 2023 completa 9 anos como drag quenn.
Apesar de também ter conquistado uma premiação em dinheiro - R$ 1,5 mil -, Luzz sabe que o reinado carnavalesco foi/é fundamental para demonstrar a diversidade da festa. “Na verdade, essa conquista é do público, afinal, como o nome diz, é ‘Rainha do público LGBTQIAP+’. É uma rainha que carrega toda uma bandeira, uma luta, de todos que vieram antes, dos que estão presentes nas nossas vidas e dos que estão por vir”, reforçou.
E foi com esse sentimento que ela decidiu participar do concurso: “Percebi que ele falava sobre a questão da diversidade, e o Carnaval é diverso. Nessa época do ano, diversas cidades ficam cheias de turistas, de pessoas alegres, justamente por causa dessa diversidade. Então, por que não falar de uma causa que é tão importante que é a LGBTfobia?! Quando pensei em fazer minha apresentação eu levei isso. Levei a alegria do Carnaval, mas dentro dela eu dei gritos de ordem falando contra a LGBTfobia”.
Entendendo a importância da inclusão, Saphyra Luzz pontuou também algumas questões que podem ser ajustadas no próximo ano para que a iniciativa seja ainda mais destaca na festa.
“Acho que os organizadores podem mudar a data do concurso. Eu acredito que ele deveria acontecer antes do Carnaval, para que a rainha pudesse reinar mais. Esse ano, por exemplo, o concurso aconteceu na segunda-feira e o único dia de reinado foi na terça-feira – último dia da festa. Um outro detalhe é a questão da visibilidade. Se ele é um concurso que foi feito para dar visibilidade, então a rainha precisava disso também”, comentou.
Por fim, a rainha afirmou que tanto as autoridades como as pessoas “precisam começar a entender que não somos minorias”.
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Elson Barbosa
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