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Fervo das Cores

'Que seja mais valorizada', pede Ayra Brooke por arte drag na BA

Vencedora do Miss Bahia Gay 2023 foi a convidada para a live Fervo das Cores desta sexta-feira (4)

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Redação iBahia

04/08/2023 às 17:20 - há XX semanas
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					'Que seja mais valorizada', pede Ayra Brooke por arte drag na BA
Foto: Genilson Coutinho

A drag queen vencedora do Miss Bahia Gay, Ayra Brooke, foi a convidada da Live Fervo das Cores desta sexta-feira (4). Representante da cidade de Porto Seguro, Ayra falou de sua trajetória em concursos e outros detalhes sobre como funciona o processo de preparação para sua participação na competição deste ano.

Ayra conheceu a arte Drag em 2015 durante uma festa de aniversário de Mitta Lux, grande artista do cenário drag baiano. Inicialmente, Ayra acreditou que este não era o seu ramo, mas, em um momento de necessidade, ela começou a se dedicar à arte. "Minha drag nasceu na necessidade, uma amiga disse que precisava de [minha ajuda]. Então, eu busquei um estilista, fiz um figurino, comprei uma peruca, criei um nome e no ano seguinte já estava participando de concurso", conta ela.

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A artista pontuou ainda a dificuldade que enfrentou com a família, que não entendia seu trabalho e ligava sua performance como drag à sua orientação sexual. "Eu tentava de toda forma esconder da minha família, porque eu não sabia como ia ser a recepção, como seria explicada essa arte. Quando as pessoas não tem conhecimento [elas] levam para o pejorativo ou acha que [a drag] está em transição, que não é arte, que é a própria pessoa, enfim. Tentei esconder por um tempo mas [a situação] foi tomando outra proporção que fugiu do meu controle [...] mas chegou um momento que chegou um momento que eu disse: 'é a hora!'", conta Ayra.

Ela relatou ainda que sua mãe só esteve na plateia de um concurso cinco anos depois que ela havia começado a carreira como drag. "Desde que minha mãe descobriu que eu era LGBTQIA+, ela sempre se preocupou muito com a violência e o sofrimento, devido ao o que a sociedade é para nós. Meu irmão, que é hétero, não entendia e lidava com isso como se fosse uma questão de escolha e a gente sabe que não é assim, as pessoas nascem sendo o que são e elas só se descobrem depois", conta.

Apesar das dificuldades, hoje a família de Ayra já entende seu trabalho de forma diferente. "Hoje é só orgulho mesmo!", diz ela, sorrindo.

Cenário baiano

Ainda que seja apaixonada pela arte Drag, Ayra reconhece que esse segmento ainda não é completamente valorizado. "A arte não tem o abraço da comunidade, porque são poucos os lugares que têm e fomentam a arte drag e as pessoas não vão a esses lugares. Assiste RuPaul's, paga assinatura para assistir programas internacionais, mas não fomenta a arte, não está presente nos eventos, nunca foi em um Miss [concurso]", ressalta ela.

Diante disso, Ayra reafirmou a importância repercussão de sua vitória no Miss Bahia Gay. "Eu torço muito que a [arte drag] seja cada vez mais valorizada. Foi uma grata surpresa para mim a proporção que tomou essa minha vitória. A quantidade de portais que noticiaram, de ligações que recebi, eu estou muito feliz que isso aconteceu e que a próxima [Drag] beba ainda mais dessa fonte e que tenha ainda mais visibilidade", finaliza.

Ouça o bate papo completo abaixo:

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