O rapper transmasculino Jupitter, convidado desta quinta-feira (13) da Live Fervo das Cores, do iBahia, afirmou que não se enxerga enquanto homem, mas é um 'boyceta'. O termo, que repercutiu nas redes sociais nas últimas semanas, foi explicado durante o encontro com o apresentador Jonattas Neri.
!['Não sou homem trans, meu gênero é boyceta', diz rapper após ataques](https://cdn.ibahia.com/img/CapaEspecialDesktop/320000/500x400/Nao-sou-homem-trans-meu-genero-e-boyceta-diz-rappe0032053500202406131731-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.ibahia.com%2Fimg%2FCapaEspecialDesktop%2F320000%2FNao-sou-homem-trans-meu-genero-e-boyceta-diz-rappe0032053500202406131731.png%3Fxid%3D1610308&xid=1610308)
Entendido pelo artista enquanto um novo gênero, Jupitter detalhou que é possível uma pessoa acumular diferentes identidades de gênero em só corpo, e que há anos se identifica dessa forma. Rejeitando o conceito 'homem', ele afirma que ser boyceta possibilita transitar entre diferentes comportamentos, desejos e vontades sem o estereótipo aplicado à masculinidade.
"Eu não sou homem e não reivindico esse lugar, eu me considero não-binário, transmasculino e boyceta. As pessoas não conseguem compreender que eu não preciso da aprovação delas para ser quem eu sou. Eu passei anos da minha vida me questionando e construindo a minha própria identidade", afirma.
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Polêmico, o ativista detalhou que é não-binário e isso o possibilita ter vários gêneros ao mesmo tempo, sem a cobrança do 'ser homem' ou 'ser mulher'.
"A sociedade está acostumada com a atribuição de gênero, da forma como isso é naturalizado no discurso colonial, por isso gera confusão. Pessoas não binárias estão fora do conceito homem-mulher parcialmente ou totalmente, mas seus gêneros não estão estabilizados. Muitas vezes precisamos buscar termos para melhor contemplá-los. 'Boyceta' foi o conceito que me abraçou e me definiu, surgindo no meio do rap, no berço do hip hop paulista, há mais de 7 anos", detalha.
Rapper destaca preconceito enfrentado por ser boyceta
O cantor ainda afirmou que, após a repercussão do termo nas redes sociais, passou a enfrentar preconceito recorrente e receber ataques no seu Instagram.
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"A minha surpresa não foi o conservadorismo ter realizado a transfobia, o que já é esperado, uma vez que costumam andar com o livro debaixo dos braços e destilar intolerância, mas a própria comunidade LGBTQIAPN+. Infelizmente, recebi diversos ataques de pessoas que se dizem aliadas e não compreendem a diversidade de gênero", pontua.