Em uma sociedade cada vez mais diversa, as relações humanas desafiam as definições habituais de sexualidade e geram diversas polêmicas. Em Salvador, o integrante de um quadrisal que se relaciona afetivamente com outro homem, não se enxerga enquanto gay.
A declaração de Wesley Andrade divide opiniões dentro e fora da comunidade LGBTQIAPN+. Mesmo fazendo parte de um grupo afetivo com Cah Fernandes, Marisol Farias e Jonatas de Matos, ele destaca que continua sendo um homem heterossexual, ainda com a chegada de Jonatas na relação.
"A gente vive o relacionamento de uma maneira diferente. As pessoas monogâmicas costumam entender o envolvimento apenas no âmbito sexual. Eu parto do afeto, do carinho, então, eu me relaciono com ele, mas não significa que precisa ser exclusivamente na cama, justifica Wesley ao videocast Fervo das Cores, , garantindo que não tem troca sexual com o parceiro afetivo.
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Apesar dos sentimentos intensos por Jonatas, ele reforça que não é um homem gay. "Uma das coisas que eu mais gosto da não-monogamia é ser mais emocionado, carinhoso com as pessoas que me dão carinho. Eu entendo a relação de maneira tranquila, sem precisar ser violento e, para mim, é tranquilo me relacionar com outro homem de maneira carinhosa", destaca.
Integrante de quadrisal gera polêmica sobre sexualidade
Um dos aspectos defendidos pela comunidade gay é que um homem não precisa, necessariamente, ter relação sexual com outro homem para ser considerado LGBTQ+, pois o envolvimento afetivo já é o suficiente para entendê-lo enquanto homossexual.
Já no contexto hétero, os defensores da masculinidade apontam que é impossível gostar de outro homem e pertencer à classe viril.
"Eu sou um pouco do contra. Eu gosto do caos. Eu gosto porque eu passei muito tempo da minha vida calado, quieto, ouvindo e seguindo, e isso me fez perceber que eu pago minhas contas e vivo a minha vida. Eu não me importo do que vão achar. Então eu vou andar de mãos dadas, sim, viver a minha vida, fazer tudo que eu gosto", contrapõe.
Experiências sexuais que vão além do tradicional
A história de Wesley levanta questões importantes sobre a necessidade em não se prender a rótulos. Uma outra prática que gera discussões nas redes sociais é a famosa "broderagem", um fenômeno em que homens heterossexuais mantêm relações íntimas com outros homens, sem a identificação como gays ou bissexuais. Esta prática, muitas vezes envolta em tabus, revela a complexidade do ser-humano.
Além da "broderagem", termos como “bromance” e “heteroflexibilidade” também descrevem as relações contemporâneas. O "bromance" refere-se a amizades extremamente próximas entre homens, que podem incluir demonstrações físicas de afeto sem conotação sexual, já a "heteroflexibilidade", possibilita a experiência sexual esporádica com outros rapazes, sem uma mudança de identidade sexual. Todas as nuances são criticadss pelo movimento gay, afirmando que a prática continua sendo homossexual - disfarçada preconceituosamente por outros termos.
A aceitação dessas experiências depende de uma mudança na percepção social sobre masculinidade. O assunto foi debatido no videocast Fervo das Cores, que já é conhecido por abordagens informativas sobre a população LGBTQIAPN+. A atração é comandada por Victor Silveira e Jonattas Neri. Já a direção e edição é de Lucas Andrade.
