Cantora, compositora, bailarina, empresária, produtora cultural e tudo o que ela quiser ser. Na carreira, Daniela Mercury tem um currículo extenso e repleto de atuações. Recentemente, inclusive, tornou-se imortal na Academia Brasileira de Cultura. Na área pessoal, a rainha do axé tem uma característica evidente: apaixonada pela família e pela vida.
Casada com a jornalista Malu Verçosa há 10 anos, a artista já era uma referência para a comunidade LGBTQIAP+ muito antes disso. Mais discreta quando o assunto envolve a intimidade, a baiana bateu um papo com o portal iBahia, através da editoria Fervo das Cores, e contou alguns detalhes sobre a relação com a sexualidade e a comunidade LGBTQIAP+.
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Durante a entrevista, Mercury destacou que “sempre foi uma pessoa livre de preconceitos e rótulos” e que, muito disso, é graças a relação com mundo da arte.
“Sou bailarina, trabalhei com teatro e a sexualidade nunca foi uma questão. Então, essas descobertas foram naturais. Não era algo que estava nítido, mas também não sinto diferença do que eu era antes e do que sou agora após casar com Malu. Não acho que as pessoas sejam tão diferentes porque elas são mulheres ou homens... E eu já vivia sempre no mundo muito diverso que é o da arte, muito claro, muito honesto e menos hipócrita do que o suposto mundo fora do universo artístico”, disse.
E complementou: “O artista é mais livre? É, porque ele lida com a diversidade do todo, tanto da alma, como da mente, do comportamento humano... Esperasse que as pessoas das artes sejam menos preconceituosas. Quem convive com as artes desde criança tem tendência a respeitar a diversidade e valorizar a diferença”.
Importância para a comunidade LGBTQIAP+
Em 2019, Daniela Mercury esteve no Supremo Tribunal Federal para pressionar a aprovação da criminalização da LGBTfobia. No mesmo ano, ao lado da esposa, a baiana foi ao Congresso Nacional para falar sobre o combate ao preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+.
Seja dentro ou fora do mundo artístico, ela sempre foi vista como uma forte referência quando o assunto é diversidade. No bate-papo com o iBahia, a multiartista frisou que, após o casamento com Malu, “passou a ser representante da causa com capacidade de testemunhar sobre o assunto, de estar ainda mais envolvida nas minúcias da comunidade”. Porém, ela pontuou: “Não sou especialista”.
“A gente não passa a ser especialidade só porque é representante. Cada letra tem muitas especificidades e dentro delas as pessoas são diversas. Têm outras questões que as tocam. Lugares de origem, uma parte é mais discriminada outra é menos – do mesmo jeito que a sociedade como um todo”, disse.
Ao ser questionada sobre rótulos, Daniela frisou: “Hoje eu uso ‘sou lésbica’, ‘sou bissexual’ ou qualquer coisa que seja útil para gente lutar politicamente, porque tem que se falar claramente. Mas ninguém é diferente como ser humano. Quer dizer, a gente é diferente, mas somos livres iguais nos direitos, nas constituições...”.
Confira o bate-papo:
Elson Barbosa
Elson Barbosa
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