Para combater o preconceito, seja ele qual for, é preciso o envolvimento de todos os setores da sociedade. O esporte - especialmente o futebol -, como parte importante da socidade brasileira e mundial, faz parte dessa história. Nos últimos anos, campanhas têm sido feitas e atitudes sendo tomadas para transformar o esporte em aliado na luta contra a LGBTfobia.
Neste dia 17 de maio, Dia Internacional contra a LGBTfobia, relembramos cinco vezes em que o esporte foi aliado nesta luta. Confira:
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Proibição de cantos homofóbicos
A partir de 2023, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) incluiu no Regulamento Geral de Competições (RGC), que a infração de cunho discriminatório, inclusive quando praticada por torcedores, "será considerada de extrema gravidade, podendo o infrator responder meio da aplicação da pena de advertência, multa, vedação de registro ou transferência de novos atletas a até perda de pontos (art. 134)"
Na última rodada do Campeonato Brasileiro, no clássico entre Corinthians e São Paulo, o jogo foi paralisado por causa de gritos homofóbicos da torcida corintiana contra os são-paulinos. O episódio foi relatado na súmula pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo.
"Informo que aos 18 minutos do 2º tempo paralisei a partida por 2 minutos devido gritos homofônicos (seria homofóbicos) da torcida "vamos Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar". Sendo informado no som e no telão do estádio para que os gritos cessassem. Mesmo assim, a torcida continuou gritando efusivamente. E após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada. Fato esse comunicado ao delegado da partida e ao chefe do policiamento", diz a súmula.
Diante disso, o Corinthians será denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e poderá ser punido, incluindo a perda de três pontos na competição.
Torcidas LGBTQ
Em 2019, o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ surgiu com o intuito de congregar esses coletivos, combater a LGBTfobia com ações, campanhas, iniciativas e sugestões de inclusão e diversidade.
A primeira ação conjunta foi em fevereiro de 2020: o envio de um conjunto de sugestões de ações e medidas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ministério de Justiça e Segurança Pública, Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secretaria de Esporte, Ministério de Direitos Humanos, Câmara Federal, Senado Federal e clubes de futebol.
Grandes clubes do futebol brasileiro possuem torcidas voltadas ao público LGBT, incluindo Bahia (LGBTricolor) e Vitória (Orgulho Rubro-negro). Confira a lista de torcidas:
- Torcida LGBTricolor
- Torcida Marias de Minas
- Torcida Papão Livre
- Torcida Tigrão LGBT
- Torcida Orgulho Rubro Negro
- Torcida Vasco LGBTQ+
- Torcida Vozão Pride
- Torcida PorcoIris
- Torcida Furacão LGBT
- Torcida Frasqueira LGBTQ
- Torcida Coral Pride
- Torcida Leões com Orgulho
- Torcida Fiel LGBT
- Torcida Flagay
- Torcida Torcida LGBTQIA Botafogo F.R
- Torcida Fora da Toca
Braçadeira de capitão
No ano passado, a Premier League promoveu ações no conbate a LGBTfobia. Os capitães dos 20 clubes da 1ª divisão utilizaram braçadeiras de "arco-íris", além das placas de publicidade e as flâmulas, que também tinham mensagens, demonstrando apoio pela inclusão de todos os gêneros dentro do futebol.
Desde 2018, a Premier League promove ações contra a LGBTfobia junto à instituição de caridade Stonewall. A campanha visa tornar o esporte um ambiente mais acolhedor.
Apesar iniciativa da Premier League, a ação gerou polêmica durante a Copa do Mundo de Futebol Masculina. A Fifa proibiu uso, o que fez com que as seleções europeias desistissem de utilizar braçadeiras contra o preconceito.
Com medo de punições por parte da Fifa, que poderiam ir de multas até sanções esportivas, as seleções da Inglaterra, Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça afirmaram que não colocarão os jogadores como alvo de possíveis problemas disciplinares.
"A Fifa tem sido muito clara que vai impor sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões. Então, pedimos aos capitães que não tentem vestir as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo", diz a nota emitida pelo grupo.
Primeira jogadora transexual
Tiffany Abreu, jogadora do Osasco, chegou na elite do vôlei feminino em 2017. Cinco anos antes, ela quase desistiu do esporte para viver a transição de gênero. "“Eu não imaginava que podia jogar vôlei novamente. Assim como todo mundo que me ataca com a transfobia, eu também não entendia sobre o hormônio, sobre as regras", disse em entrevista ao Ponte.org.
Após cinco anos de transição, ela decidiu voltar às quadras. "Comecei a jogar na Bélgica e depois na Itália, quando recebi um convite da equipe do Sesi Vôlei Bauru. Ali acabei assinando o contrato para jogar na primeira Superliga.”
Nesse período, Tiffanny foi alvo de inúmeros ataques transfóbicos, vindos de jogadoras e comissões técnicas. Ela foi liberada fanny foi alvo de inúmeros ataques transfóbicos, vindos de jogadoras, comissões técnicas. Ela foi a primeira jogadora trans a jogar na Superliga e segue sendo a única.
Mais clubes se posicionando
O levantamento mostra que em 2020, 17 dos 20 clubes de maiores torcidas do Brasil decidiram fazer publicações em menção ao dia 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIA+.
Em 2022, dos quatro clubes das Séries A e B, oito equipes escolheram não se manifestar. Da Série A, Coritiba e Cuiabá não se manifestaram ao longo dessa terça-feira. Na B, Ituano, Chapecoense, Ponte Preta, Londrina, Guarani e Tombense ignoraram o tema.
✋🏽 A estampa abaixo está numa das camisas contra o preconceito LGBT lançadas há 3 anos pela @EsquadraoECB. Desde então mais gente entrou na luta, porém ainda estamos longe de um placar justo. No futebol e na vida.
— Esporte Clube Bahia (@ecbahia) May 17, 2022
⬇️ continua #BahiaClubeDoPovo pic.twitter.com/iEIewZu1bR
Redação iBahia
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