Desde que foi inaugurada no início de maio, a Casa de Acolhimento Marielle Franco Brasil tem realizado o atendimento de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ em situação de violência.
Idealizado pela ativista Sandra Muñoz -com suporte da Rede Brasileira de Casas de Acolhimento LGBTIQA+ (Rebraca) e de voluntários advogados, assistentes sociais e psicólogos -, o espaço oferece todo o suporte necessário para pessoas em vulnerabilidade, incluindo crianças.
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"Essas mulheres quando vem para cá, elas vem com os filhos. As histórias geralmente são de violência. Elas chegam aqui só com a roupa do corpo", conta Sandra em entrevista ao iBahia.
Para continuar realizando os atendimentos, a Casa está com uma campanha de doações de suprimentos aberta. As principais necessidades são alimentos; roupas para homens, mulheres e crianças; material de higiene pessoal; material de limpeza; além de móveis.
Sandra Munõz destaca que as pessoas LBTQIAPN+ ainda são o grupo mais violentado, especialmente pelos próprios familiares. "Os LGBTs são os mais violentados. O lugar mais violento ainda é o convívio familiar. Passamos por um processo de pandemia em que tivemos que ficar com esses agressores, porque não tínhamos lugar para ir", pontuou Sandra.
Segundo informações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), por exemplo, mais de 400 casos de LGBTfobia foram registrados nos últimos 2 anos na capital baiana. Então, a iniciativa vem para dar um suporte adicional e necessário às vítimas. Dentro desse contexto, ainda segundo a ativista, a Casa Marielle Franco faz um processo de acolhida importante e diferenciado no atendimento de mulheres, que chegam com os filhos. E ela explica o por quê.
"A Casa faz esse processo de atender essas mulheres. E essas crianças quando vem precisam passar pelo psicólogo, porque elas vêm, não dorme de noite, e aí choram muito porque vê a mãe violentada, o pai batendo...É muito doloroso", afirma.
Doações
Para realizar o atendimento mais longínquo, que pode durar cerca de seis meses, é preciso ter uma estrutura organizada. E foi a partir daí que surgiu a ideia de fazer a campanha.
"A gente não tem móveis, por isso estamos fazendo a campanha. Para realizar o atendimento dessas mulheres e LBTQIAPN+ a gente precisa, pelo menos, de uma estrutura. Não temos essas estrutura ainda", conta Sandra.
Para quem deseja ajudar, as entregas podem ser feitas no escritório da Casa Marielle, localizado na Ladeira da Fonte, número 16. O endereço da casinha onde as pessoas estão acolhidas não é divulgado para preservar a segurança. Nesse momento, toda a ajuda é bem-vinda. "Estamos precisando móveis, roupas, materiais de limpeza. Quem quiser fazer pix, também é possível via [email protected]".
Vale ainda pontuar que é possível se voluntariar na Casa. De acordo com Sandra, atualmente a principal demanda é de psicólogos. "A gente tem aqui advogadas, psicólogas...[...] Para participar é preciso conversar para saber qual o serviço vamos querer. Estamos precisando de psicologia, porque é muita procura", indica Sandra.
Por fim, Sandra Muñoz faz um pedido de ajuda. "Que as pessoas entendam que essa casa é uma casa que tem um processo de acolher as mulheres, de ouvir as mulheres. E a gente pede que as pessoas colaborem com nossa casinha.", pediu.
Os interessados na doação, acolhimento ou atendimento da Casa Marielle Franco podem entrar em contato através do e-mail [email protected], do WhatsApp (71) 99153-9437 ou do perfil no Instagram @casamariellefrancobr. A campanha não tem data para terminar e os interessados podem doar a qualquer momento.
AUTOR
Nathália Amorim
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Nathália Amorim
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