O bairro de Periperi faz parte do Subúrbio Ferroviário de Salvador e tem sua origem ligada a uma antiga aldeia indígena, habitada por tupinambás. Inclusive, o nome da região vem da grafia indígena piri-piri, que significa capim-capim ou capinzal.
Durante o século XVI, o bairro foi ocupado por engenhos de açúcar, que era o grande potencial econômico da época. O historiador e arqueólogo Railson Cotias conta que a localidade tinha características que favoreciam o surgimento desses engenhos e fazendas.
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“A região do Subúrbio Ferroviário, como um todo, tinha condições que a produção de engenho necessitava, que eram: rios navegáveis, possibilidades de acesso a bons solos para plantação da lavoura de cana-de-açúcar e grandes espaços, que não tinham nas áreas urbanas”, destaca.
O cenário, principalmente populacional, de Periperi começou a mudar no século XIX, com a construção da Ferrovia Salvador – Juazeiro, que buscava facilitar o escoamento da produção dos engenhos. Inclusive, foram os próprios operários que construíam, na época, a viação férrea que começaram a ocupar a região.
“Segundo a historiografia, é justamente essa ferrovia que vai incrementar e mudar a paisagem de forma definitiva do que hoje é o bairro de Periperi, porque os trilham vão passar justamente nos quintais das propriedades e isso vai fazer com que o bairro vire o canteiro de obras, com a chegada, inclusive, de profissionais que trabalhavam na construção”, relembra.
O crescimento do bairro nessa época ainda reflete nos dias atuais. De acordo com o último censo do IBGE, de 2010, Periperi é o décimo bairro mais populoso de Salvador.
Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do Instituto na Bahia, explica que o local é destaque tanto em número populacional, como em tamanho. “Ele tinha 47.179 pessoas. Essa era a estimativa de população, em 2010. Periperi é um bairro relativamente extenso em termos de território, com uma área de 3,24 km². Ele é o 23º em área. Ou seja, ele é mais populoso do que extenso, mas ainda assim ocupa bastante território na capital baiana”, pontua.
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