Dividido em onze setores, batizados por letras de “A” a “L”, o bairro de Mussurunga tem uma localização privilegiada pela proximidade do Aeroporto de Salvador e por ficar às margens da Avenida Luís Viana Filho - Paralela, uma das principais da capital baiana.
Fundada em dezembro de 1978, pela gestão do governador Roberto Santos, a localidade contava, segundo dados do último Censo do IBGE de 2010, com aproximadamente 70 mil moradores e com cerca de 15 mil unidades habitacionais.
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De acordo com alguns historiadores, o conjunto habitacional foi edificado em terras da antiga fazenda Mussurunga, pertencente, na época, à família de Edmundo da Silva Visco.
Dona Dany Adeodatochegou na região um ano antes dela ser oficialmente inaugurada, em 1977. Ao falar sobre as particularidades de Mussurunga, ela destaca a divisão da localidade por setores e a sensação de estar em uma região interiorana.
“Muita gente de fora acha diferente e mais difícil a divisão por setores, mas na verdade é mais fácil, pois vem os setores, que cada um tem os seus caminhos e cada caminho tem suas casas. Ou seja, se achou um consegue achar o outro”, disse a moradora.
E seguiu: “Muitas pessoas dizem que Mussurunga parou no tempo e é tipo um bairro do interior. E realmente eles não estão errados, pois aqui é muito tranquilo. Claro e evidente que algumas coisas vão mudando, como, por exemplo, atualmente já temos um mercado grande, mas por outro lado não temos um banco. Algumas coisas, realmente, progrediram, outras pararam no tempo”.
Com todas essas características, Dany, que também é líder comunitária do bairro, se diz apaixonada pelo lugar onde cresceu e construiu a sua história.
“Eu sou suspeita para falar sobre Mussurunga. Até quando eu viajo, quero voltar logo. Eu gosto muito do meu bairro e creio que não irei me mudar tão cedo daqui”, destacou.
E também foi essa paixão pelo bairro que fez os moradores Jardel Piton e Paulo Cabé criarem o projeto social Pé No Chinelo, que é uma iniciativa voluntária que busca ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade através da distribuição de sandálias. Jardel pontou que pequenas iniciativas como essa são capazes de contribuir para uma sociedade melhor.
“Durante a pandemia a gente começou a perceber que tinha muitas crianças, moradores de rua, descalços. Então, a gente teve a iniciativa de criar esse projeto que arrecada latinhas, vendemos elas, compramos o material e produzimos o próprio chinelo para ser entregue às pessoas em situação de vulnerabilidade. Se cada um fizer um pouquinho acho que conseguimos construir um mundo melhor”, enfatizou.
Os interessados em conhecer ou ajudar o projeto podem saber mais detalhes através do perfil no Instagram @projetopenochinelo.
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