Vaias, olés, gritos de gol e show no Pelourinho marcam vitória

Nem pareciam duas seleções que não enfrentavam em jogos oficiais há 27 anos. A torcida brasileira tratou a Espanha como se fosse um velho rival como Argentina, Uruguai ou Itália. Teve vaia para os jogadores, para torcedores de camisa ou bandeira espanhola, coro de ofensas mandando a Espanha ir tomar naquele lugar que rima com Pituaçu. As provocações só terminaram cedo porque, com o gol de Fred, as vaias aos espanhóis foram substituídos pelo coro de “Oh, o campeão voltou, o campeão voltou” e “pentacampeão”, como se fosse para botar Espanha no seu lugar. Mas as vaias antes do jogo começar mostraram que a seleção espanhola, campeã mundial e bicampeã europeia, já tinha sido escolhida como novo rival da seleção. Quem primeiro levantou a torcida - antes de Fred e Neymar - foi a Ivete Sangalo, que cantou Aceleraê e Festa após as apresentações de Arlindo Cruz, Victor e Leo e de Jorge Ben Jor. Durante o espetáculo, dois voluntários que estavam sob as bolas no palco quebraram a ordem e abriram uma faixa que dizia: “imediata anulação da privatização do Maracanã”. Os agentes da organização e retiraram a faixa e tentaram afastar os voluntários, que acabaram voltando para sua bolas. Teve vaia até durante o hino espanhol: a torcida apupou com tanta força quanto cantou o Hino Nacional. Os torcedores até ensaiaram uma vaia no primeiro toque de bola espanhol, mas o gol relâmpago de Fred fez tudo mudar. Dali em diante, foi só aplauso: até mesmo em desarme, bico para lateral, e chute sem direção. A seleção já estava nos braços do povo, a Espanha não interessava mais. Pelourinho vibra com títuloAs ruas do Pelourinho foram cobertas ontem pelas cores do Brasil. Torcedores de todas as idades vibraram a cada gol da Seleção Brasileira. O Olodum, mais uma vez, fez a festa da torcida. Minutos antes do jogo, vestida de verde e amarelo e com fitas coloridas no cabelo, Alice Mota, de apenas 1 ano, dava os primeiros passos de torcedora. “É a primeira Copa dela, uma principiante, quem sabe não dá sorte”, antecipou a mãe, Elizangela Mota. Quando o centroavante Fred marcou o primeiro gol do Brasil, o Pelourinho ficou pequeno para tanta alegria. Houve gritos, abraços e muito barulho. “Temos que vibrar. A emoção do jogo está na energia da torcida”, disse o vendedor Alex Anunciação enquanto tomava uma cerveja gelada. A assessora parlamentar Ana Rosa Ribeiro saiu do Cabula, onde mora, e levou a família para o Pelourinho. “São dois tios, meu irmão, minha cunhada e uma prima. Todo mundo torcendo pelo Brasil”, contou. Com os olhos fixos na tela, Ana Rosa não perdeu um lance do jogo. “Vai Hulk, vai Hulk. Passa a bola, Neymar”, gritava, enquanto agitava uma caxirola. Quando o jogo acabou, os torcedores comemoraram o resultado com muita música e comidas típicas de festas juninas. Matéria original: Jornal Correio* Vaias, olés, gritos de gol e show no Pelourinho marcam vitória sobre Espanha