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Time de meninas gandulas segue um rigoroso esquema tático

Prontas para o desafio, elas sabem que o gandula padrão Fifa têm que respeitar uma cartilha

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19/06/2013 às 11:20 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:33 - há XX semanas
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11 meninas foram escaladas para fazer a reposição nas partidas da Copa das Confederações em Salvador
Na tradição dos comentaristas de botequim, o termo é usado de forma pejorativa. "No meu time esse aí não joga nem como gandula". Mas, com a evolução do futebol, ninguém nega a importância dessa atividade, que, aliás, deixou de ser apenas deles. Hoje, os gandulas não só ganharam o importante reforço feminino com o têm que seguir regras, formas de repor as bolas e até esquema tático. No caso dos jogos das Confederações em Salvador, as mulheres são maioria. Apaixonadas por futebol, 11 meninas foram escaladas para fazer a reposição nas partidas Uruguai x Nigéria (quinta-feira), Brasil x Itália (sábado) e disputa do 3º lugar (dia 30). Todas têm idades entre 13 e 16 anos e são jogadoras do Centro de Formação de Futebol da Bahia (CFFB), projeto social no bairro do Imbuí. Regra - Prontas para o desafio, elas sabem que o gandula padrão Fifa têm que respeitar uma cartilha. As bolas, por exemplo, devem ser repassadas aos jogadores apenas pelo alto. "Não pode jogar a bola de forma rasteira. Tem que jogar pelo alto, para que o jogador pegue com as mãos", explica o técnico Francisco Cardoso dos Santos, o Quinho, fundador e treinador do CFFB, e que ultimamente virou um aplicado treinador de gandulas. O posicionamento dos repositores de bola é seguido à risca. São três em cada lateral e mais quatro em cada um dos fundos dos gols. Desses dos fundos, três são fixos. "Esses devem apenas entregar a bola para o jogador. O único gandula móvel fica sem bola. É ele que deve resgatar a bola chutada e entregar aos fixos. Já os das laterais se movimentam", explica Quinho, um perfeccionista nato. Para que a sincronia dê certo, o técnico bota pressão. "Uma bola a mais em campo pode ser um escândalo mundial", fala, olho no olho com as meninas, que garantiram vaga nas Confederações após conquistarem a Copa Coca-Cola de futebol feminino. Elas vão ter a ajuda de sete meninos do time de base do São Francisco do Conde. Ídolos - Apesar de empolgadas, elas parecem ter noção de sua responsabilidade, ainda que tenham de lidar com seus ídolos. "Tem que ter sangue de barata para ver Neymar na sua frente e fingir que é qualquer um", diz Amanda Luz, 13, ciente que falar com os jogadores é proibido. "Se ele falar comigo é que posso corresponder de forma educada", diz. Fã do futebol de Iniesta, torce para que a Espanha não vá à final. "Se eles disputarem o 3º lugar vou ver ele de perto". Já Caroline dos Santos, 16, tem certeza que vai trabalhar em dobro no Uruguai x Nigéria. É uma das que vai ficar atrás do gol. "Já viu o ataque do Uruguai? Com Forlán e Suárez vai ser bola para pegar toda hora", prevê. "Queria mesmo era ver Ronaldinho Gaúcho", suspira Milena Bispo Silva, 14. As gandulas não são remuneradas. Voluntárias, ficam hospedadas em um hotel nos dias de jogos. Mas Quinho e as meninas já estão acostumados comisso. Abnegado, o professor mantém o projeto sem patrocínio. "O que salva são as rifas e bingos que fazemos", conta. Enquanto nenhuma das suas jogadoras estoura, ele vibra como reconhecimento de suas gandulas. Ou pelo menos da atividade. E se você ainda duvida da importância, não se engane. Há jogos em que eles têm mais posse de bola do que as equipes que enfrentam a Espanha. Treinamento e até prova na rotina das gandulas Para terem o direito a entrar em campo na Copa das Confederações, as gandulas do Centro de Formação de Futebol da Bahia (CFFB) tiveram treinamento específico. Em janeiro, um árbitro da CBF ministrou uma aula teórica e duas práticas. As aulas ocorreram na fábrica da Coca-Cola – patrocinadora do evento, em Simões Filho. Depois, as jogadoras tiveram que responder uma prova de múltipla escolha com dezenas de questões. Foram as notas dessas provas (nível alto, médio e baixo) que definiram em quantos dos três jogos cada uma delas iria participar. "Foi muito importante para aprender fundamentos, posicionamento e reposição de bola", explica Amanda Luz, que acabou classificada para as três partidas. "A Fifa acompanhou de perto todas as etapas, o que mostra a importância que dão aos gandulas", diz o professor Francisco dos Santos. Leia mais Arena Fonte Nova é adaptada pela Fifa para receber jogos da Copa das Confederações Matéria original: Jornal Correio* Time de meninas gandulas segue um rigoroso esquema tático

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