Doutor Fábio Costa é uma das principais referências na medicina voltada para o MMA no Brasil. Ele é médico de atletas como Junior Cigano, Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro, Hugo Wolverine, que são do UFC, e Ewerton Teixeira e Lula Molusco, além do ex campeão mundial de Boxe Acelino Popó Freitas.
Hoje, Fábio Costa atua como médico oficial de eventos de MMA há mais de dez anos, e hoje faz parte da Comissão Atlética Brasileira de MMA, que é quem organiza o UFC no Brasil. Neste espaço, ele responde a dúvidas de internautas fãs de MMA sobre lesões e tudo que envolve a parte da medicina dentro do esporte.Em uma luta em evento nacional este ano, a luta foi interrompida pois foi tentado fechar um corte de um atleta com cola super bonder, foi o médico que tomou essa decisão? Caso tenha sido o atleta, ele tem autoridade pra estancar cortes? Como deve ser o procedimento? (Carlos de Carvalho - Stella Maris)Caro Carlos, antes de criarmos esta expectativa com a cola superbonder, não exatamente ela é usada e sim uma cola específica de pele chamada Dermabond. Essa sim de uso médico e podendo promover a cicatrização, diferente da cola citada. Respondendo sua pergunta especificamente o medico é ou deveria ser o único responsável por esta decisão em cima do octagón, não cabendo de forma nenhuma ao atleta esta decisão. Pelas regras da CABMMA ( comissão atlética Brasileira de MMA) de qual eu faço parte, estes sangramentos não devem ser fechados no octagón, por vários motivos. Primeiro pois aquele é um sinal importante da capacidade de continuar na luta. Segundo, pois ali é um ambiente não estéril (contaminado) com risco de infecção e terceiro que simplesmente colar a pele corre-se o risco de formar um hematoma e o ser ainda pior as consequências. O padrão correto é existir a figura do "cutman" "homem dos cortes". Ele sim pode fazer o estancamento pra diminuir o sangramento, cabendo ao médico a decisão se o atleta continua em luta.Quantos médicos são necessários para ser organizado um evento de MMA? Como é feito no UFC e no Brasil? (Paula Magalhães - Pituaçu)Boa pergunta, Paula. Pra se fazer um evento basta ter um médico que seja responsável por tudo que ocorra. Isso é o mínimo, mas não é o aconselhado, pois o médico em hipótese nenhuma deve sair do lado do octagón durante uma luta e quando se tem somente um este muitas vezes precisa se ausentar pra atender uma atleta que se machucou e teria, teoricamente, que abandonar o seu posto. No Brasil, a CABMMA vem tentando regularizar isso e exigir o cumprimento de algumas regras. No UFC, temos em nossa equipe cinco médicos onde sempre um que é o coordenador fica em frente ao octagón (de lá nunca sai), dois ficam no corner vermelho e dois no azul. Ao final de cada luta, uma dupla de médicos entra no octagón atende ao atleta e o acompanha até o vestiário e assim terá o tempo total da próxima luta pra atender o seu atleta enquanto a segunda dupla de médicos esta nos corners dando suporte aos novos atletas.Em um UFC no Brasil, o atleta Pedro Nobre na minha opinião simulou golpes ilegais e alegou não ter condições de continuar no combate, o médico pode mensurar se é fingimento ou não e tomar tal decisão a partir disso, ou tem que se submeter ao fingimento do atleta? (Júlio Fonseca - Amaralina)Júlio, essa pergunta responde a importância do médico estar sempre próximo do cage e de acompanhar todas as lutas assistindo e prestando atenção. Assim, um atleta que tentar simular será visto pelo médico, mas se o mesmo quiser poderá alegar não ter condições de continuar, mesmo todos sabendo da simulação. Aí caberá ao árbrito central e os laterais a decisão de continuar ou não a luta. O papel do médico neste caso é auxiliar o árbrito em sua descisão.
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