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Ávine fez apenas nove partidas no ano passado |
O desencontro de Ávine com a bola já dura mais de seis meses. A última vez que o lateral tocou na redonda foi em Pituaçu, em agosto do ano passado. Antes disso, ele já vinha jogando pouco. Foram só nove partidas em 2012. Tudo por conta das seguidas lesões no joelho direito. Nesta segunda-feira (18), o jogador volta a treinar no campo depois de seis meses de reforço muscular e fisioterapia. Será que o retorno do camisa 6 está próximo? Não dá pra ter certeza.
Ávine perdeu quase todo o menisco do joelho direito após duas cirurgias. Além disso, em agosto de 2012 foi diagnosticada uma alteração na marcha. Ou seja, ele tem uma disfunção na corrida, e isso compromete ainda mais o joelho. Depois de muita academia, Ávine está liberado pelo departamento médico, mas isso não quer dizer que o jogador volte a atuar.
"Treinar com dor vai ser normal. A tendência é ele sempre sentir esse tipo de dor e algumas vezes o joelho voltar a inchar. Vai ser uma vida atlética complicada e vamos tentar fazer com que esse problema seja minimizado", explica Eduardo Fontes, preparador físico do clube.
Além da bola, Ávine terá que virar o melhor amigo da musculação. Tudo para reparar a falta de menisco. "Em todo esporte de alto rendimento faz falta. Vamos tentar suprir fazendo a musculação de forma intensa. Não vai ser um jogador que vai ter condição de jogar se não for na musculação diariamente", completa. E pode ser que a academia não seja suficiente para deixar Ávine em ponto de bala. "Como ele praticamente perdeu o menisco, vai ter ocasionalmente derrame articular, dor e pode gerar artrose também. A vida atlética dele vai depender muito do que se faça daqui pra frente, e se é que vamos conseguir fazer alguma coisa", sentencia o preparador.
Vice-presidente médico do clube, Marcos Lopes prefere adotar uma linha mais positiva e ensaia até um retorno do jogador aos jogos oficiais. "Da lesão que ele teve, ele está recuperado. Agora para gente determinar qual a capacidade que ele vai ter, só o retorno com as atividades com bola para saber. A expetativa é que ele volte a jogar normalmente e, se não houver nenhuma intercorrência, ele pode voltar a atuar em 30 dias", diz.
Nos últimos dois anos, Ávine quase não atuou. Marcos Lopes explica que o problema congênito na corrida do jogador foi o principal vilão da história. "No momento que ele perdeu uma parte de um menisco, fez com que acentuasse e mostrasse essa deformidade de marcha. Tratamos com muito reforço muscular para equilibrar os joelhos". Ávine volta a pisar no gramado do Fazendão nesta segunda, mas não vai treinar junto com os demais companheiros, não. "Precisa de um trabalho diferenciado e de forma bem controlada. Ele vai fazer trabalhos adaptativos, para tirar o joelho da zona de conforto. Ele só voltará a trabalhar como grupo daqui a oito dias", garantiu Eduardo Fontes.
A tendência é realmente que Ávine aposente a camisa 6 e passe a atuar no meio. "O que a gente tem de experiência no futebol é o que temos de Felipe do Vasco. Uma situação parecida e que demorou muito pra jogar. E quando voltou, virou meia. A lateral é a função do jogador que mais sobrecarrega. É apoiar e defender", diz Marcos Lopes.
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Matéria original: Jornal Correio*
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