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Webber venceu em dobradinha da RBR |
Quando as gotas tímidas caíram no asfalto em Interlagos, era Nelson Piquet que estava na pista, levantando as arquibancadas a bordo da Brabham do seu primeiro título. Com os concorrentes de verdade na disputa, as nuvens ficaram só na ameaça. Todos os olhos ficaram grudados na meteorologia, os relâmpagos chegaram a enganar, mas o GP do Brasil foi seco do início ao fim. Seco também estava Jenson Button para assegurar seu vice-campeonato, e assim foi feito. O inglês se contentou com o terceiro degrau do pódio na última prova do ano, dominada por mais uma dobradinha da RBR. A novidade é que, desta vez, o campeão Sebastian Vettel foi o segundo colocado, e Mark Webber garantiu sua primeira vitória na temporada, após uma polêmica manobra que levantou suspeitas de jogo de equipe. Agressivo no início da corrida, o espanhol Fernando Alonso perdeu a terceira posição nas últimas voltas, terminando em quarto, e seu companheiro Felipe Massa não conseguiu a terceira vitória da carreira em casa. O brasileiro cruzou em quinto e fechou o campeonato sem pódios. Aliás, o país não sentiu o gosto da champanhe nenhuma vez em 2011, feito que não acontecia desde 1998. Rubens Barrichello, da Williams, perdeu oito posições na largada e foi o 14º. Bruno Senna, da Renault-Lotus, chegou a protagonizar uma disputa com Michael Schumacher na nona posição, mas foi punido e acabou em 17º. Na 30ª volta, alegando problemas de câmbio, Vettel abriu caminho para Webber, que àquela altura ainda tinha chances de ser vice-campeão. O alemão, que chegou a ficar dois segundos mais lento que o companheiro na polêmica ultrapassagem, recuperou seu desempenho logo em seguida, despertando até um comentário irônico da Ferrari no Twitter.
Largada sem incidentes Na largada, a chuva estava a quatro quilômetros de Interlagos, e no máximo tinha mandado uns pingos para o autódromo durante a apresentação de Nelson Piquet, que voltou a pilotar sua Brabham do primeiro título. Com alguns assentos vazios nas arquibancadas, principalmente na reta oposta, a corrida começou com as RBRs de Vettel e Webber mantendo as duas primeiras posições. Agressivo, Alonso ganhou a quarta posição de Hamilton e só precisou de 11 voltas para deixar Button para trás. Massa, que largou em sétimo, superou a Mercedes de Rosberg, mas não teve fôlego para se infiltrar no pelotão da frente. Pior sorte teve Barrichello, que deslizou de 12º para 20º. A primeira grande disputa na pista foi entre Bruno Senna e Michael Schumacher. O brasileiro defendeu a nona posição jogando o carro para a direita. Seu bico atingiu o pneu do alemão, que furou. Schumi perdeu posições e Bruno continuou, mas foi punido pela direção da prova e acabou obrigado a fazer uma passagem extra pelos boxes. Com as paradas dos rivais, Massa se manteve na pista e chegou a experimentar o sabor da liderança por alguns instantes. Mas antes de mesmo de ir aos boxes foi ultrapassado por Vettel, que já tinha parado. A partir da 15ª volta, o alemão da RBR começou a acusar problemas de câmbio. A equipe mandou que ele reduzisse as rotações do motor nas trocas de marcha, e com isso Webber se aproximou rapidamente. O australino assumiu a liderança na 30ª passagem, quando esteve dois segundos mais rápido que o companheiro de time. E aí a suspeita se levantou. A Ferrari ironizou a ultrapassagem no Twitter, dando a entender que era uma manobra interna para Webber manter as chances de ser vice-campeão. Tanto que, logo na sequência, Vettel recuperou seu desempenho e passou a andar apenas um centésimo atrás do companheiro. Na 37ª volta, praticamente metade da corrida, o primeiro relâmpago forte da tarde. Começou a chover em várias regiões de São Paulo, mas a pista em Interlagos se mantinha seca. Àquela altura, Webber liderava, seguido por Vettel, Alonso, Button e Massa, que ganhou a posição de Hamilton – o inglês, com problemas no câmbio, abandonou pouco depois. A chuva, preguiçosa, não chegou até o autódromo. E tanta preocupação com a meteorologia foi em vão. Tranquilo mesmo estava Webber, que cruzou em primeiro. Button ainda deu o bote em Alonso para garantir o pódio e comemorou seu vice-campeonato.
Confira o resultado final do GP o Brasil, em Interlagos (71 voltas; 305.909 quilômetros): 1 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 71 voltas em 1h32sm17s434 2 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - a 16s983 3 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - a 27s638 4 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 35s048 5 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 1m06s733 6 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) - a 1 volta 7 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 1 volta 8 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - a 1 volta 9 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - a 1 volta 10 - Vitaly Petrov (RUS/Renault-Lotus) - a 1 volta 11 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - a 1 volta 12 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - a 1 volta 13 - Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari) - a 1 volta 14 - Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) - a 1 volta 15 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 1 volta 16 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Renault) - a 2 voltas 17 - Bruno Senna (BRA/Renault-Lotus) - a 2 voltas 18 - Jarno Trulli (ITA/Lotus-Renault) - a 2 voltas 19 - Jerome D'Ambrosio (BEL/MVR-Cosworth) - a 3 voltas 20 - Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth) - a 3 voltas
Não completaram: Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth) - a 9 voltas/mecânico Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - a 34 voltas/câmbio Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth) - a 44 voltas/abandono Timo Glock (ALE/MVR-Cosworth) - a 49 voltas/pneu
Melhor volta: Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m15s324 na 71ª volta