É possível que alguns torcedores do Vitória nem lembrem mais dele. O goleiro Rafael Córdova, prestes a fazer 35 anos, defendeu o clube por três anos, de 2005 a 2007. Esteve no banco na maioria dos jogos, mas mostrou qualidade quando assumiu a camisa 1. Mas, apesar de ainda está na ativa, o rastro que o persegue é outro. Em 2007, o goleiro recebeu convite de uma revista para o público gay e posou nu. A polêmica tomou conta da Toca do Leão, mas Rafael Córdova conseguiu sair ileso.
Nas próximas linhas, o goleiro destrincha melhor o episódio do ensaio nu: "essa G Magazine não me abandona e já tem quase sete anos", brinca. Ele também fala da época em que esteve desmotivado e quase largou futebol e da intenção de jogar até os 40 anos. Você passou três anos no Vitória (2005 a 2007). Sente saudade daquela época?Sim, quem não sente saudades de uma cidade maravilhosa como Salvador? Foi um clube que me projetou muito como atleta, e o respeito e admiração tanto dos torcedores do Vitória quanto do Bahia. Nunca esquecendo da gratidão que tenho pelo Fluminense de Feira onde foi um caminho vencedor por quase três anos até chegar ao Rubro-negro!Em 2007, você posou nu para uma revista voltada para o público gay. Isso trouxe algum problema para sua carreira de lá para cá? Não, pelo contrário. Ganhei meu dinheiro, fui reconhecido também no mundo artístico. Sou lembrado até hoje por onde chego, não me abandona essa G Magazine. E isso já faz quase sete anos.Em algum momento pensou em largar o futebol para seguir carreira de modelo? Na época ainda comentaram: "faltam três meses para acabar seu contrato no Vitória, pede rescisão e vem para Sao Paulo". Me chamaram para fazer eventos, desfiles e participações em programas. "Você vai ganhar bastante dinheiro", mas não quis. Achei que poderia manchar minha carreira. Até porque iriam saber que rescindir para seguir uma outra profissão.
Você acha que a rejeição e o preconceito diminuiu no meio futebol desde o ensaio? Acho que não só no futebol, mas como em todos os esportes e profissão. Fico feliz de fazer parte dos atletas que tentaram quebrar esse preconceito, como Dinei, Túlio, Vampeta, Roger...Hoje é so você ir a qualquer lugar público e comprovará o que estou dizendo. Em novelas, esporte, mídia, rua, shoppings. Precisamos mudar a cabeça e não sair aí julgando as pessoas. Temos muita coisa melhor a fazer, inclusive contra violência, políticos cada vez mais corruptos, impostos absurdos. Temos que deixar só Deus para julgar se é certo ou errado.E na Toca? O pessoal levou de boa ou você teve algum tipo de problema no Vitória? Não tive problema nenhum, nem brincadeiras. Até pela minha postura de nunca ter brincado com ninguém, ser na minha, fechadão.Quais as principais lembranças que você tem de quando jogava no Vitória? E das pessoas? Se formou um grupo humilde e simples, mas de guerreiros. Na época que cheguei ao Vitória estava na pior crise, tinha caído para Série C. Mas juntos nos fortalecemos e fizemos um pacto para que colocássemos o Vitória de volta à elite. E foi o que fizemos: devolvemos o Vitória para a Série A. Fiz amizade com David Luiz, Índio, Bida, Wallace, Anderson Martins, Mendes, entre outros. São amizades que levo até hoje.Como você veio parar no Vitória? Depois de ser o melhor goleiro em 2004 e 2005, houve convite do Vitória feito pelo coordenador geral sinval vieira. Não tive dúvidas na hora de aceitarQual foi o grande momento da sua carreira? Como atleta o título paraense pelo Paysandu. Em 2009, quebramos um longo tabu. Recebo carinho por isso até hoje. No Vitória, os dois acessos seguidos, da Série C para a Série B e o acesso à elite no ano seguinte. Além disso, títulos do Baiano de 2007 e 2008. Onde e quando você começou a carreira de goleiro? Comecei com apenas 15 anos no Avaí-SC e fui o goleiro mais novo a jogar uma partida profissional, em 1994.Onde você está jogando hoje e quais seus planos para o futuro? Hoje estou no Araxá-MG. Meu plano é voltar à forma antiga que hoje já consegui, estou bem fisicamente e com ritmo de jogo. Em 2013 tinha encerrrado precocemente minha carreira, me encontrava desmotivado. Mas houve o convite do gerente de futebol, Roger galvão, me falando do projeto que seria três meses de pré-temporada ate começar o campeonato. Vim, e com menos de dois meses ja me encontrava feliz e motivado.Está pensando na aposentadoria ou ainda quer seguir atuando? Como falei antes, me desmotivei em 2013, estava sem alegria, fiquei fora futebol por sete meses. Mas Deus tem sempre plano para nossas vidas, e o meu plano era voltar ao Araxá-MG e dar sequência à minha carreira. É isso que vou fazer: voltar a um grande clube, conquistar ainda mais que conquistei, trabalhar muito e jogar ate uns 40.Ainda tem vontade de jogar na Bahia? Claro! Tenho vontade de defender ainda algum clube bahiano e voltar a disputar o estadual.
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