Apenas oito meses de trabalho. Parece pouco para um jogador de futebol (e é, de fato), mas para Fernandão foi tempo suficiente para marcar seu nome na história do Bahia e conquistar uma legião de torcedores apaixonados pelo Tricolor. Fernandão é o típico matador. Com algumas limitações, admitidas pelo próprio atleta, que chegou a declarar que "não era talentoso", o atacante nunca se preocupou em jogar bonito, dominar uma bola no peito com charme ou impressionar com jogadas elaboradas. O objetivo dele era mostrar raça em campo e fazer gol. E isso, o atleta fez. Ao todo, foram 15 gols no Campeonato Brasileiro, o que lhe rendeu o título de segundo maior artilheiro do Bahia em uma única edição da competição. Apenas três a menos que Cláudio Adão, ídolo do clube em 1986.
Fernandão chegou ao Bahia em abril deste ano, cercado pela desconfiança do torcedor. O técnico Joel Santana, que estava no comando do clube na época da contratação, revelou que o atacante foi contratado após a diretoria assistir a uma fita. A declaração gerou revolta e Fernandão chegou sob olhares tortos e de crítica, mas logo mostrou que era um homem de personalidade. "Inimigo" dos holofotes, Fernandão nunca gostou de entrevistas e flashes. Quando chegou, avisou logo: "a torcida está certa em desconfiar. Quem tem que provar alguma coisa aqui sou eu. Eles não me conhecem, por que confiariam em mim?", disse. Em pouco tempo, fez o dever de casa, supriu a carência de gols sofrida pelo clube e ganhou espaço no coração da torcida. Foi admirado, aplaudido. Na sua última partida pelo clube, já que foi contratado pelo time turco Bursaspor, Fernandão chorou copiosamente. O jeitão calado e a cara de mau deram lugar a um menino completamente encantado com tudo o que havia vivido naquele ano. Recuperado de tanta emoção, o atacante conversou com o Correio24Horas e mandou um recado para o torcedor do Bahia. "Consegui provar o que eu queria. Ser um dos maiores artilheiros do Bahia na era dos pontos corridos não é para qualquer um. Foi um grande presente que pude dar à torcida e a mim. O torcedor do Bahia pode ter certeza que ganhou um grande amigo, que sou eu. Quero voltar um dia e dar mais alegrias para eles". Ainda extasiado com o bom momento vivido na carreira, o jogador não escondeu a alegria que estava sentindo. "É maravilhoso ouvir 40 mil pessoas gritando o seu nome, sabe? Não é fácil você ter apenas seis meses para trabalhar e, nesse período, conseguir dar uma felicidade para a torcida. Consegui dar uma grande alegria a mim também", comentou, com um sorriso no rosto. Por fim, Fernandão aproveitou para se despedir do torcedor e fez uma confissão. "O Bahia é o clube em que eu fui mais feliz em toda a minha vida. A torcida gritando o meu nome, foi tudo incrível. Acho que pude retribuir isso fazendo gols ao longo do campeonato. Deixo o meu até logo ao torcedor", finalizou. Matéria original: Correio24Horas O adeus de Fernandão: "o Bahia é o clube em que fui mais feliz em toda a minha vida"
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