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Voz marcante

Morre Léo Batista, voz marcante da Globo, aos 92 anos

Léo Batista morreu, neste domingo (19), aos 92 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas

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Kadu Brandão

19/01/2025 às 16:01 • Atualizada em 19/01/2025 às 16:35 - há XX semanas
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Léo Batista, morreu neste domingo (19), aos 92 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas. Ele tinha 92 anos e deixa duas filhas, Monica e Claudia Belinaso.


				
					Morre Léo Batista, voz marcante da Globo, aos 92 anos
Léo Batista morreu aos 92 anos. Foto: Estevam Avellar/Globo

O locutor e jornalista esportivo Léo Batista foi diagnosticado com um tumor no pâncreas e estava internado em estado grave em um Hospital Rios D'Or, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

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A última aparição pública do jornalista foi em outubro de 2024, no velório de Cid Moreira, mas ele optou por não falar com a imprensa presente no local.

Léo Batista foi a voz marcante da Globo

Léo Batista era muito mais do que uma voz. Nascido em Cordeirópolis, interior de São Paulo, em 22 de julho de 1932, Seu Leo, como era carinhosamente chamado pelos colegas, era o carisma em pessoa, o homem que atravessou décadas entrando nas casas brasileiras, fazendo companhia às famílias. Ao lembrar dele, as pessoas revisitam suas memórias, afinal, desde o início da TV, ele estava lá. À frente do ‘Fantástico’, do ‘Esporte Espetacular’, do ‘Globo ‘Esporte’, do ‘Jornal Nacional’ ou do ‘Jornal Hoje’. Um feito tão longevo quanto único.

Na Globo desde 1969, Léo Batista começou sua carreira mais de 20 anos antes, em 1947. João Baptista Belinaso Neto, nome de batismo de Léo Batista, trabalhou nas rádios de Birigui, de Campinas e na Difusora de Piracicaba antes de se mudar para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1952, para trabalhar na Rádio Globo como locutor e redator de notícias do programa O Globo no Ar. Em 1954, passou a fazer parte da equipe esportiva da rádio, onde estreou narrando uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã — e em seguida foi trabalhar na TV Rio, onde esteve à frente do Telejornal Pirelli por mais de 13 anos. Após uma passagem rápida pela TV Excelsior, chegou à Globo.


				
					Morre Léo Batista, voz marcante da Globo, aos 92 anos
Léo Batista no 'Jornal Hoje'. ​Foto: TV Globo / Cedoc

Em sua trajetória jornalística, noticiou momentos históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, no Palácio do Catete; a morte do presidente John F. Kennedy, em novembro de 1963; e a morte de Ayrton Senna, em 1994. "Eu estava de plantão naquele fatídico dia 1º de maio. Na hora do acidente todo o mundo ficou chocado, rezou, torceu, segurando aquele choro engasgado. Eu vestia uma camisa laranja e achei que não cabia entrar no ar com uma cor tão alegre. Lembrei que o Senna havia me dado uma coleção de camisas tipo polo com a grife dele. Quando fui até o armário pegar uma, era justamente a preta que estava lá”, comentou certa vez o jornalista, durante uma entrevista.

Pouco tempo após a chegada do comunicador à emissora, a equipe que viajou para cobrir a Copa do Mundo de 1970, no México, enfrentou um problema na geração do áudio e foi necessário fazer a locução dos jogos dos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro, tarefa que coube a Léo Batista. E foi justamente nos esportes que Léo escreveu sua história. Ele estava na cobertura da final da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai; trabalhou na primeira transmissão interestadual da televisão brasileira, um jogo entre o Brasil e a Itália, no Maracanã, em 1956; e no segundo jogo da Copa de 1970, Bulgária e Peru, em que narrou o primeiro gol do Mundial: dos búlgaros, aos 13 minutos. Na Globo, participou, de alguma forma, da cobertura de quase todas as Copa desde 1974 e dos Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1984.

Também fez parte da equipe de quase todos os programas esportivos da Globo. Apresentou, inclusive, a primeira atração diária de Esporte da emissora, o ‘Copa Brasil’. Dedicado apenas ao futebol, foi o embrião do ‘Esporte Espetacular’, criado em 1973. Sua versatilidade — Léo chegou a ser dublador de super-heróis na década de 1960 — permitiu que ele tivesse papel importante no jornalismo como um todo. Em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes, foi um dos apresentadores do ‘Jornal Hoje’ e por muitos anos foi ele quem apresentou o ‘Jornal Nacional’ aos sábados.

Até 2007, Léo Batista narrou os lances decisivos dos campeonatos estaduais e do campeonato brasileiro de futebol nos “Gols do Fantástico”. Nos anos 2000, além de integrar a equipe do ‘Show da Vida’ e do ‘Esporte Espetacular’, assumiu o ‘Baú do Esporte’, nos intervalos das transmissões de futebol. Em agosto de 2011, o jornalista foi homenageado com a criação do quadro “Histórias do Léo”, no ‘Globo Esporte’, no qual dividia com o grande público algumas lembranças dos seus, então, 65 anos de carreira, como a estreia de Mané Garrincha na Seleção Brasileira em 1957.

Em 2024, o sportv o homenageou com a série documental “Léo Batista, a Voz Marcante”, que está disponível no globoplay e ouve amigos e companheiros de profissão para contar a trajetória do apresentador, além de mostrar uma parte da sua vida pessoal que pouca gente conhecia, como suas versões cantor, artista plástico, comediante e ator.

A última aparição na TV Globo se deu no dia 26 de dezembro do ano passado, no ‘Globo Esporte’, em uma reportagem sobre a relação do beisebol com os Jogos Olímpicos. Léo Batista trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida.

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