Presidente eleito do Bahia, Marcelo Sant’Ana, 33 anos, concedeu entrevista ao CORREIO. No papo, além do futuro do tricolor, ele falou sobre contratações. Confira:
Já há definição em relação a nomes do novo corpo diretivo?Tenho uma reunião hoje (ontem) com o provável diretor administrativo-financeiro, que a gente chama de executivo. Já conversei com ele duas vezes por telefone, mas tem algumas informações que ele quer que eu não poderia passar enquanto como candidato. Vou me reunir hoje (ontem) com Schmidt para ter um panorama melhor do clube. Entender principalmente as questões das dívidas trabalhistas, fiscais, tributárias, entender onde estão as pendências do Bahia e o que está inviabilizando o clube. O diretor de futebol, voltei a entrar em contato anteontem (domingo). Tem duas pessoas que conversamos, uma aqui no Brasil e outra está no exterior. Hoje (ontem) vai ser mais fácil avançar com um dos dois nomes, para que possa definir o quanto antes e não atrapalhar o planejamento que tem sido tocado mais por mim no futebol, mas entendo que algumas decisões têm que ser compartilhadas com o diretor, que merece ser ouvido, participar da própria escolha do técnico e reformulação de elenco.
Vai renovar com algum atleta cujo contrato encerra agora?Não. Eu entendo que 16 jogadores terminaram o vínculo com o Bahia. Eles tiveram as condições de trabalho para terem um rendimento melhor e não tiveram. A gente não pode ter o compromisso com um atleta porque em um jogo, dois jogos, ele foi bem. Já estamos em conversação com alguns atletas, tem um que já foi discutido tempo contratual, valor salarial. Um jogador que, independente do técnico ou diretor de futebol, seria aceito pela torcida, com qualidade técnica.
Nota da redação: os jogadores são Galhardo, Diego Macedo, Roniery, Guilherme Santos, Demerson, Fahel, Rafael Miranda, Uelliton, Léo Gago, Branquinho, Emanuel, Marcos Aurélio, Rafinha, William Barbio, Henrique e Erick.
Você falou que tem alguns nomes. Quantos serão?Primeiro eu preciso saber quantos jogadores vão sair do Bahia para ter a noção de quantos vão chegar. É inegável que precisa mudar a estrutura, o esqueleto do time porque é um time reprovado. Hoje, o Bahia tem 23 jogadores com contrato longo. Pelo menos até maio ou 2017. Eu entendo que o número deveria ser entre 26 a 30 atletas para uma temporada. Aí é só você fazer uma conta de quanto a gente precisa para fechar um elenco.
Qual será o destino de jogadores que retornam de empréstimo e podem ser úteis como Pittoni e Hélder, que pode entrar na Justiça por causa do atraso salarial nos meses em que esteve emprestado ao Coritiba?Não sei como está a situação de Hélder. A diretoria não me passou nada. Pittoni me foi informado que ele tem contrato em vigor e existe uma sinalização de que um clube deseja esse atleta.
Um clube daqui ou de fora?De fora. Agora, ele tem vínculo com o Bahia. Se ele me disser que tem motivação para jogar no Bahia e o técnico quiser o atleta no elenco, ele vai ficar, independente de proposta. Acabou essa era de o jogador entender que ele pode fazer o que quer no Bahia. Se os jogadores exigem os seus direitos, eles têm que entender que o profissionalismo tem dois lados.
Pará e Lucas Fonseca têm propostas para sair?Pará me foi passado por uma pessoa da diretoria - isso foi há 15 dias, não sei hoje porque o futebol é dinâmico - que ele teria uma oferta de um clube do exterior. Mas é a mesma situação: se o atleta tem motivação e desejo de representar o Bahia e nós entendermos que tecnicamente ele vai acrescentar ao grupo, nosso papel é manter esse atleta motivado para que ele renda o máximo. Já Lucas, eu não tenho nenhuma informação sobre ele querer sair ou ter alguma proposta.
Depois de eleito você teve algum contato com o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues (os dois são brigados)?Diretamente não. O presidente Ednaldo Rodrigues ou a Federação Bahiana de Futebol já entrou em contato com pessoas que participaram da campanha. Entendo que nós teremos uma relação madura e institucional de respeito. Tive uma relação muito boa com ele até 2011 para 2012. Depois tivemos problemas de relacionamento, acredito que porque eu entendia que o Campeonato do Nordeste seria o campeonato a ser mais valorizado para a região, que é o mais interessante. Eu tenho a visão que os estaduais tiveram importância para o nosso futebol, mas hoje para o torcedor, que é o consumidor, não têm o mesmo apelo. Acho que a minha diferença com o presidente Ednaldo Rodrigues começou por eu ter esse entendimento e ele, talvez, ter outro do futebol brasileiro, do calendário, do produto de competições. Mas não acredito que teremos problemas de relacionamento. Ele está no cargo há 13 anos, foi eleito legalmente para mais quatro. E eu tenho algumas visões que, na democracia, é salutar a troca de pessoas para o fortalecimento das instituições. É uma visão pessoal minha.
Por essa sua visão da Copa do Nordeste e do estadual, o principal objetivo nesse início de trabalho é o título regional?Tenho a convicção que o Bahia, tanto no Baiano quanto no Nordeste, tem que entrar para ganhar. O Bahia é o maior clube do futebol baiano e o maior do futebol nordestino. Claro que o futebol é um jogo, os outros concorrentes também vão ter esse desejo, principalmente o Sport, que é o único clube da região na Série A, mas o Bahia tem que voltar a se impor como grande que ele é. Assim como tem que se impor na Série B do Brasileiro. É outra obrigação que nós temos.
Como fica a situação de Maxi Biancucchi, que tem salário alto, viajou antes do final da Série A e com a declaração de Charles?Charles não citou nenhum atleta. Não sei se ele falou do Maxi ou de outros jogadores. A informação que o clube passou no período era que Maxi não teria condição de jogo. Se ele, oficialmente, não teria condição de jogo e o clube liberou para viajar, o atleta não fez nada de errado. Mas tenho que entender melhor, até conversando com Charles de quais jogadores ele falou, porque se ele disse, e ele é um cara que merece credibilidade, ele identificou que aconteceu realmente e pode ter prejudicado o Bahia. Tenho que ter responsabilidade. Tenho que procurar os jogadores também, caso ainda tenham vínculo com o Bahia.
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