Roberto Carlos da Silva, 40 anos, foi um latifundiário na Seleção Brasileira. Dono da lateral-esquerda pelo recorde de 125 jogos, fez parte da família Scolari que conquistou o pentacampeonato em 2002 e também jogou as copas de 1998, quando foi vice, e 2006, quando arrumou o meião na eliminação para a França. Agora técnico do Sivasspor, da Turquia, Roberto Carlos esteve no Castelão para comentar o jogo pela TV Azteca, do México. Na sala de mídia, falou com parte da imprensa.
Que acha dos protestos? O brasileiro está no direito de cobrar e exigir os seus direitos. Na democracia, você pode falar, ouvir e protestar. Mas acho que na violência... Aí a minoria prejudica o movimento e a imagem da maioria. O povo tá cobrando o que é de direito dele. Estava ouvindo o prefeito de São Paulo dizer que falta resolver umas duas coisas primeiro... Resolver o quê? O povo está na rua. Vai deixar até quando? Chegou o momento dos nossos comandantes tentarem facilitar a vida do povo. O que você acha dos investimentos, das reclamações sobre os gastos com estádios... Blatter (Joseph, o presidente da Fifa) foi muito feliz quando disse que o Brasil pediu para fazer a Copa aqui. Não adianta discutir o que já foi feito. Temos que discutir como pode melhorar. A melhora é o governo e os estados ajudarem todas as pessoas que necessitam. Não vamos pensar no que já foi gasto. Já foram construídos os estádios e, com certeza, vão ser construídos novos hospitais. Eu desejo que os protestos terminem o quanto antes. E a Seleção Brasileira?Tá gostoso. Vi o último jogo contra o Japão pela televisão e é um time que está melhorando. Até um tempo atrás, estávamos buscando uma equipe ideal para jogar a Copa das Confederações. Agora Felipão tá melhorando este time durante a competição. Acho que 80% do grupo está garantido na Copa do Mundo já. Confio muito neste time. Como é o Felipão? Dá para repetir 2002?Eu gostei quando o Mano estava lá. Uma pena que, quando conseguiu arrumar o time, melhorou, mandaram embora. Agora Felipão está no momento certo junto com o Parreira. Felipão vai conseguir fazer um time parecido com aquele de 2002. Igual a 2002 não vai ter mais. Mas ele vai fazer um time vencedor. Falta quem na Seleção?É o que tem aí. Eu sou muito amigo do Felipão, mas acho que ainda falta um Ronaldinho, falta um Kaká e alguns outros jogadores que, pouco a pouco, ele vai trazendo de volta para fazer aquela mistura, mescla de juventude e experiência. Acho que na Copa ele vai fazer isso. Se o mundo acabasse amanhã, que jogo gostaria de ver pela última vez?O jogo que eu queria ver de novo era Brasil x Itália de 82. Esse era o que eu queria ver. Os veteranos do Brasil contra os veteranos da Itália. Foi a melhor seleção de todos os tempos na minha opinião. Ano que vem haverá eleição para presidente da CBF, programada pra abril. Prejudica estando a dois meses do Mundial?Não vai prejudicar. Nada. CBF é uma coisa. Seleção Brasileira, comissão técnica, jogador é uma completamente diferente. Se continuar o presidente que está, ótimo. Se chegar o Andrés Sanchez, que eu queria que fosse, porque além de meu amigo, fez muita coisa boa no Corinthians. Isso não vai atrapalhar o desenvolvimento da Seleção. As ideias do Andrés são sempre pelo melhor. Andrés fez em cinco anos o que muitos não fizeram.
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