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Ex-Bahia, Perivaldo dá a volta por cima com novo trabalho

"Isso aqui é meu futuro. Não posso desperdiçar mais uma chance", diz o ex-lateral, hoje funcionário da Saferj

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26/03/2014 às 12:19 • Atualizada em 28/08/2022 às 21:37 - há XX semanas
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O fundo do poço ficou para trás e Perivaldo, o Peri da Pituba, hoje consegue levar uma vida digna. Ex-mendigo em Portugal, o atleta que fez sucesso no Bahia e passou pela Seleção Brasileira está trabalhando agora no Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (Saferj). Aos 60 anos, ele admite os erros que cometeu e, com um sorriso no rosto, recomeça a vida.
Em entrevista ao portal Uol, ele falou sobre o novo trabalho e mostrou empolgação. "Estou aqui, gosto do ambiente, das pessoas, da maneira como sou tratado. São todos amigos de verdade. Só peço a Deus que me dê força e coragem para seguir aqui. Até me apareceram e ofereceram outras coisas, mas não dá para sair daqui. Dinheiro não me atrai mais, já tive muito. Eu só quero esse ambiente. E acho que não encontro outro lugar para ser bem tratado como esse. Isso aqui é meu futuro. Não posso desperdiçar mais uma chance. Se não fosse o Alfredo (Sampaio, presidente do Saferj) para me ajudar, não sei onde estaria e como seria meu regresso. Nem sei se teria isso".
O grande desafio de Perivaldo na Saferj tem sido lidar com o computador, mas ele garante que vai se esforçar. "Vou aprendendo as coisas no dia a dia. Nunca tive interesse em informática, mas agora preciso me informar, pegar uns toques. Me falaram até que vou ter que fazer um curso... Eu digo 'não quero, não quero', mas eles insistem. Dizem que eu preciso ir. E vou acabar fazendo mesmo. Estão me convencendo. E vai me ajudar bastante nesta nova função". Peri ficará responsável pelo setor de cadastro de atletas no Sindicato e também vai ajudar atletas desempregados com dicas à beira do campo.
Ao falar sobre a passagem pela Europa, o ex-jogador baiano de Itabuna não reclamou da vivência no velho continente e se culpou por ter passado por tantas dificuldades. "Vou falar do fundo do meu coração: eu tive uma vida muito bacana em Portugal. Não tenho que culpar ninguém, apenas a mim. Bebi, gastei muito. Mas não posso reclamar. Sei que tudo que aconteceu foi culpa minha. Eu tive muito dinheiro, fui milionário, mas me prejudiquei. Bebia direto, dormia na rua por conta disso. Além disso, fui traído por muita gente. O futebol tem disso. As pessoas se aproximam, usam seu dinheiro e somem. Tomei muita volta. Por isso que não ligo mais para dinheiro hoje. Só quero estar bem acompanhado e feliz aqui", completou ao Uol.

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