Em entrevista ao CBN em Campo da rádio CBN Salvador na noite desta terça-feira (04), o vice-presidente do Bahia Valton Pessoa falou sobre a difícil situação do Bahia a seis rodadas do Brasileirão - o time é o atual vice-lanterna e tem grandes chances de ser rebaixado. Valton Pessoa fez um balanço da gestão tricolor em 2014, apontou acertos e erros e, especialmente sobre com o Tricolor deve entrar em 2015, rebaixado ou não. Abaixo, confira os principais pontos da entrevista do vice-presidente.
"O Bahia já está na Série B", dispara comentarista NetoTime não vingou em 2014 por que?"Creio que futebol é uma verdadeira loteria para times como Bahia, Vitória, Goiás. Ou seja, times que têm orçamento reduzido. No papel, o Bahia não era para estar nesta situação. Futebol tem que dar liga, como eles dizem, tem jogador que rende em um ano e não rende no outro. Alguns não renderam como esperado. Por isso tudo, por um somatório de outras coisas, estamos nesta situação. O Fluminense, com um orçamento milionário, passou por aquela situação ano passado, se salvou nas últimas duas rodadas. Futebol tem dessas coisas, é bola na rede. Conjunto de fatores que fazem com que o time não renda o esperado. Mas esperamos que ele saia."
Três diretores de futebol em um ano "Tem coisas que independem da diretoria do clube. William não pôde continuar por problemas familiares e outras razões pessoais. Depois apareceu um que não tinha identidade com o clube, como foi o Alcimar. Não rendeu aquilo que o presidente Fernando Schmidt esperava, o time já não estava bem depois do clube. E agora saiu Rodrigo. Mas não acredito que isso tem repercussão dentro do resultado, de jeito nenhum. Diretor é importante, mas todos os três participaram da formação do elenco. Tenho certeza que isso não contribuiu. E diretor de futebol, assim como jogador, é loteria. Até demoramos de mudar. Não gostamos de estar mudando, mas às vezes é necessário. Vitória teve dois, Flamengo teve dois. Isso no futebol é normal."
Saída de Rodrigo Pestana "Desde agosto não participo do dia a dia do futebol. Não tenho detalhes da saída de Rodrigo, mas não havia mais clima. Como ele mesmo disse, não estava contribuindo. E o melhor mesmo é fazer sair. Se foi dessa forma, foi melhor para o Bahia e melhor para ele. É preciso que o clima do dia a dia seja favorável."
Afastamento do departamento de futebol"Eu fui convidado para ser vice-presidente e me disseram que eu não teria dedicação exclusiva e não teria remuneração. Minha única obrigação estatutária era substituir o presidente. Eu me dispus a participar do departamento de futebol, mas não podia ficar sempre. Para mim era difícil. Tenho um escritório muito grande, em outros estados, um negócio grande a tocar. Diante disso, era uma coisa natural ir me afastando. Já era para ter feito depois do Baiano. Além disso, houve divergência interna. Por conta disso e pelos meus compromissos, eu me afastei do futenol. Mas ajudei a tocar o patrimônio do Bahia, que é tão importante quanto."
Bahia para 2015"O clube já tem um time para o ano que vem, uma base. Com a chegada de novo treinador, novo diretor...Independente do time cair ou não, alguns contratos precisam ter seus valores renegociados. A realidade não muda se cair ou ficar na primeira divisão. São contratos antigos, que estão se encerrando esse ano, e precisam ser ajustados à realidade do clube."
Contratações em 2014"As contratações, a meu ver, elas precisam ser definidas pelo diretor de futebol e treinador. Aos dirigentes, era apenas fiscalizar para que as contratações não tivessem peso grande, valores excessivos. O Bahia precisa fazer apostas, seja na base ou jogadores com perspectivas de crescer. Treinador e diretor deram os nomes no Bahia e a gente validava do ponto de vista financeiro. Evitamos contratos longos e caros, como eram feitos antigamente."
Marquinhos Santos"No Baiano existiu a dúvida. Mantivemos Marquinhos, fomos campeões e ele foi escolhido o melhor treinador. Começamos bem o Brasileiro também. Tivemos diversas contusões e o time caiu. Enquanto o time estava completo, Marquinhos Santos estava bem. Depois disso surgiu essa dúvida na diretoria. Pedi nomes, mas não existiam nomes. Não é fácil trocar um treinador. Treinador de peso, que podia fazer diferença, não estavam disponíveis. Entendemos que naquele momento deveria se dar sequência a Marquinhos."
Gilson Kleina "Tive poucos contatos com Kleina, mas muito bons. O grupo de jogadores entende que ele é capaz, Kleina tem o grupo na mão. Ele ainda está acreditando, ainda confiante. Ele é de respeito, de qualidade. Schmidt acertou em mantê-lo até o final do campeonato."
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