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No campo real ou virtual, Vander sempre busca o ângulo do gol adversário. Na noite de quarta-feira, o meia-atacante do Vitória acertou em cheio e assinou uma pintura diante da Ponte Preta. O golaço garantiu a virada rubro-negra e abriu caminho para o triunfo por 3x1 no Barradão.
Sem falsa modéstia, Vander diz que calculou a jogada. "Busquei o ângulo, sim. Levantei a cabeça antes de chutar e olhei o posicionamento do goleiro quando fui pra cima do marcador". Na quinta, relaxado no sofá de casa, repetiu o feito no videogame. Só não conseguiu sentir a mesma emoção de quando estufou a rede do Barradão.
"Foi muita emoção fazer um gol bonito como aquele, na situação que o jogo estava. Com o meu gol, a torcida veio de vez para o nosso lado, deu tranquilidade e abriu espaço para consolidar a vitória", analisa. Não foi a primeira vez que Vander carimbou o ângulo. "Fiz um gol parecido com esse pelo Bahia em 2010, meu primeiro gol como profissional. Eu pedalei e botei quase no mesmo lugar”, recorda. Na época, o gol foi contra o Vila Nova, em Goiânia, na Série B.
Vander dedicou o gol contra a Ponte Preta à família e à namorada, Juliana, que estava na arquibancada. "Comecei a chorar quando ele veio oferecer, correu em minha direção e fez um coração", orgulha-se
a amada. Os amigos também vibraram. "Quando acabou o jogo, tinham mais de 100 mensagens no meu celular", conta o meia-atacante.
Nada a provar - Vander chamou atenção também após o apito final. Diante dos microfones, desabafou: "Não sou leão de Ba-Vi como estão falando". Na quinta, explicou melhor o que sentiu. "Tem pessoas da rádio que pegam muito no meu pé. Às vezes pegam muito pesado. Fui titular ao lado de Ronaldinho Gaúcho, no Flamengo, com Vanderlei Luxemburgo, e às vezes sou tratado como um jogador que apareceu ontem", afirma, aos 23 anos. "Pelo que já mostrei, não sou qualquer jogador. Não tenho mais nada o que provar, não comecei a jogar agora".
Apesar da autoestima lá em cima, ele prefere não se escalar para o confronto deste sábado (17), às 18h30, contra o Cruzeiro, no Mineirão. "Vai depender do professor. Tô satisfeito com a partida que fiz. Mostrei que ele pode contar comigo. Eu tinha essa dívida com ele, porque confiou em mim e me manteve no time, mesmo depois da derrota para o Corinthians. Acho que esse débito foi pago ontem (quarta)".
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Matéria original: Jornal Correio*
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