A curta carreira de Rogério Ceni foi marcada por altos e baixos desde 2017, quando estreou como treinador no São Paulo. O novo técnico do Bahia tem o costume de ajeitar os times taticamente, mas acumula polêmicas na relação com os jogadores do elenco.
O Bahia será o quarto time de Rogério Ceni, que já comandou São Paulo (por duas vezes), Fortaleza (também duas vezes), Cruzeiro e Flamengo. O Tricolor do Morumbi foi o primeiro e último clube que trabalhou. Na primeira passagem pelo São Paulo, Rogério Ceni ficou seis meses no cargo. O time paulista nunca estabeleceu um modelo claro de jogo, oscilou na maneira de jogar e nos resultados.
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No Campeonato Paulista, foi eliminado pelo Corinthians nas semifinais. Na Copa do Brasil, deixou a competição pelo Cruzeiro e na Copa Sul-Americana foi derrotado para o Defensa y Justicia da Argentina.
Em novembro do mesmo ano, Rogério Ceni foi anunciado pelo Fortaleza, clube em que é considerado ídolo. Sob o comando do time, disputou 93 partidas, venceu 51 jogos, empatou 18 e perdeu 24 partidas. Na primeira passagem pelo clube, Rogério conquistou os títulos de campeão da Série B do Campeonato Brasileiro de 2018, do Estadual de 2019 e da Copa do Nordeste, do mesmo ano.
Aclamado pela torcida do Fortaleza, Ceni decidiu deixar o clube e aceitar um convite do Cruzeiro, que vivia crise técnica. No time mineiro, a passagem foi curta, de apenas oito jogos, com duas vitórias. A Raposa, que estava em 16ª lugar na competição, com apenas 19 pontos, quando o treinador foi demitido, foi rebaixada ao final do campeonato.
No mesmo mês que foi demitido, Rogério Ceni retornou ao Fortaleza. A segunda passagem não foi tão brilhante quanto a primeira, mas foi regular. O técnico conseguiu o segundo título do Cearense e deixou o clube em novembro de 2020, após ser convidado pelo Flamengo. A relação com a torcida ficou um pouco estremecida após o segundo "abandono".
No time carioca, o novo técnico do Bahia chegou ao ápice na carreira. Mesmo com muitas contestações, foi campeão brasileiro de 2020. Neste período, transformou Diego Ribas em volante e Willian Arão em zagueiro. Ambos foram bem com as novas funções.
A demissão veio em julho de 2021 após decepcionantes resultados no início do Brasileirão, eliminação na Libertadores para o Racing, da Argentina e com conturbado ambiente interno. O desgaste no departamento de futebol era crescente e o treinador estava cada vez mais isolado.
A demissão no Flamengo surgiu como oportunidade para Ceni assumir o São Paulo pela segunda vez. Contratado em outubro de 2021 depois da demissão de Hernán Crespo, Rogério Ceni conseguiu o vice-campeonato da Copa Sul-Americana e do Paulistão de 2022. No entanto, foi demitido em abril deste ano sem nenhum título conquistado.
O desempenho ruim da equipe nos últimos jogos sob o seu comando pesou pela saída. A direção do clube esperava uma melhora no nível da equipe após o período de treinos que se seguiu à eliminação precoce nas quartas de final do Paulista, para o Água Santa.
Rogério Ceni viveu altos e baixos, sendo o principal auge a final da Copa Sul-Americana de 2020. Além da queda no Paulistão, em 2023 o São Paulo teve um desempenho ruim no empate sem gols contra o Ituano, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, e começou o Brasileirão com tropeço para o Botafogo.
Ceni também passou a ter uma relação desgastada com alguns jogadores e com a própria diretoria do São Paulo. A briga entre o treinador e o atacante Marcos Paulo no treino mexeu com o elenco e deixou um ambiente mais conturbado.
O atrito aconteceu na presença dos demais atletas do elenco, que não gostaram da postura do treinador e reclamaram com a diretoria. Ceni reuniu os jogadores antes da atividade, a primeira após a eliminação do Paulistão, e pediu para Marcos Paulo explicar uma postagem que fez nas redes sociais com a frase "hipocrisia e simpatia é uma junção venenosa". O jogador também curtiu comentários críticos ao treinador.
A abordagem do treinador, que teria apontado o dedo no rosto de Marcos Paulo, teria deixado os jogadores constrangido. Como resposta, o atacante negou qualquer indireta à Ceni e citou apenas o gosto musical como justificativa para o post.
Na segunda passagem pelo São Paulo, Rogério Ceni comandou o time em 107 jogos, com 50 vitórias, 28 empates e 29 derrotas.
Agora no Bahia, o treinador vai ter a missão de garantir o Tricolor na Série A do ano que vem. Com alto investimento após a parceira com o Grupo City, o time não conseguiu ter consistência sob o comando de Renato Paiva, que pediu demissão na quarta-feira (6) após resultados ruins, briga contra o rebaixamento e críticas da torcida.
João Souza / Grito Baiano
João Souza / Grito Baiano
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