O ano que passou foi para se firmar no time. Gatito atuou em 24 das 38 rodadas da Série B, algumas delas com grandes atuações. Venceu 11, empatou sete e perdeu seis. Apesar da aceitação da torcida e do aval do técnico Vagner Mancini, o goleiro ainda não sabe se continuará no clube em 2016. Para renovar o contrato, o Vitória precisa quitar uma dívida contraída na chegada do paraguaio à Toca, em 2014, além de chegar a um acordo salarial com o jogador.
A pré-temporada começa dia 5 e você até agora não renovou contrato. Está aflito com isso?
A volta aos treinos está muito perto e passa pela minha cabeça, todos os dias, que ainda não tenho nada definido. Quero jogar no Vitória, na Série A, que foi algo que eu lutei para conquistar junto com o elenco. Fico ansioso, com dúvidas do que vai acontecer comigo e com o Vitória. Essa indefinição atrapalha, porque eu não estou tranquilo. Espero resolver isso logo e não perder muitos dias de treino, senão já começo atrás dos meus companheiros.
O Vitória te procurou antes para negociar a dívida ou renovar?
Antes de acabar a Série B, ninguém falou sobre renovação. Eles falaram que só me procurariam depois do fim da Série B e estão negociando. Da minha parte, gostaria que isso já tivesse sido feito antes. Pelo menos uma proposta, uma ideia do que eles pensavam para 2016.
(Foto: Arisson Marinho/ Arquivo CORREIO) |
Por que esperou até agora para renovar com o Vitória e não procurou outro clube?
Esperei e sigo esperando porque é o que eu quero. O que conquistei no clube esse ano (2015) foi muito importante na minha carreira. Queria coroar o acesso e jogar a Série A aqui, poder ver o Vitória nas posições mais altas do Brasileiro no fim do ano. Por isso que até agora não fechei com ninguém. Aqui sou feliz, tenho o respeito da torcida. Quero retribuir esse carinho.
Além do Vitória, algum clube te fez proposta?
Sim. Recebi propostas de clubes de fora do Brasil, mas nenhuma que me agradasse 100%. Não quero me arriscar a jogar em outro país sabendo que não vou estar confortável. E eu tenho isso do Vitória. Aqui tenho tranquilidade, me adaptei à cidade, conheço as pessoas e instalações do clube. Isso é um ponto que pesa. É um dos motivos também pelo qual quero ficar. Claro, se vier uma proposta muito boa, é diferente, mas quero ficar no Brasil.
Jogaria no Bahia?
Muito difícil. Me sinto identificado com a camisa do Vitória. Nunca pensei em jogar no Bahia e acho que seria impossível. Tenho carinho pelo Vitória, que me ajudou e me ensinou muito. Eu não poderia fazer isso com eles, mesmo caso a diretoria opte por não renovar meu contrato.
Já foi dito que sua renovação emperrou porque seu salário é em dólar ou baseado na cotação do dólar. É isso mesmo?
Isso é tudo mentira. Não sei quem falou, nem de onde saiu. Nunca recebi um único dólar do Vitória. Acho que nenhum jogador no Brasil recebe em dólar. Não é isso que atrapalha a negociação. Estamos tentando chegar a um acordo.
Houve proposta para reduzir seu salário em 40%. Você se sentiu desvalorizado?
É...não sei se desvalorizado é a palavra. Prefiro pensar que é a forma deles (Vitória) de negociar com os atletas, que eu não concordo. Mas só tenho recebido elogios, tanto da diretoria como dos torcedores. Nesse sentido, me sinto valorizado todos os dias.
Como você enxerga sua importância para o Vitória?
Eu sei que fiz um belo campeonato e fui uma peça importante dentro do time, junto com meus companheiros. Futebol são 11 atletas dentro de campo, além de outros fora dele, mas eu senti que ajudei bastante para que o Vitória voltasse à Série A. Enxergo que fiz bem o meu papel, fui bem nas partidas, segui firme nos jogos difíceis e de pressão. Então, acho que consegui deixar uma boa imagem no clube.
A renovação de Fernando Miguel reduz suas esperanças?
A renovação do Fernando Miguel foi quando estávamos no campeonato. Eu já sabia que o Vitória estava renovando com ele enquanto eu ainda não tinha sido procurado. O Vitória precisa de bons goleiros e Fernando Miguel é um bom goleiro. Lógico que o Vitória não ia desperdiçar essa oportunidade de renovar com ele. Isso não me deixou sem esperança. Pelo contrário. Sabia que tinha que trabalhar ainda mais para mostrar minha qualidade e isso acabou até ajudando para que eu ficasse mais focado.
É frustrante ter a possibilidade de sair no time logo agora, com o time na Série A?
Muito. Seria frustrante não poder jogar a Série A com o time que você tanto lutou, um time que tanto fez. Me deixaria muito triste porque sei que ajudei o clube a subir e agora eu ficaria de fora. Sairia frustrado, mas sei que futebol é assim. Mesmo caso eu não fique, sei que as portas do clube estão abertas para mim e, quem sabe um dia, eu volte a jogar aqui de novo. Mas prefiro continuar.
Se não fechar com o Vitória, pretende continuar no Brasil?
Sim. Gosto do país e da forma como se treina no Brasil. Se não puder ser no Vitória, tenho a possibilidade de ir pra outro clube, sem problemas. Desde que não seja o Bahia, que está fora de minhas pretensões (risos).
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