Demolição da Fonte Nova completa um ano nesta segunda

Há um anos atrás, o antigo Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Estádio da Fonte Nova, era demolido. No dia 29 de agosto de 2010, um dos grandes templos do futebol brasileiro virava entulho para construção de uma nova Arena, que irá abrigar jogos da Copa do Mundo de 2014. A história de quase 60 anos do gigante deixavam de existir materialmente, mas vive perene na mente do povo baiano.Exatamente às 10h25 daquele domingo, o estádio foi implodido em 18 segundos, dando lugar a um amontoado de concreto. O Dique do Tororó estava tomado por uma multidão que assistiu aos últimos momentos da velha Fonte e aplaudiu a implosão. Apesar de estar marcada para as 10h, a demolição só foi iniciada quase meia hora depois. Segundo os representantes do consórcio que coordenou o procedimento, o atraso aconteceu pois era preciso garantir que toda a área estivesse evacuada, para não oferecer nenhum tipo de risco. Cinco minutos depois do toque da última sirene foi possível ouvir os primeiros explosivos sendo detonados dentro do estádio. Instantes depois, a estrututa do anel superior da Fonte Nova começou a cair, parte a parte, ao som de mais explosivos e gritos da multidão que assistia. Uma grande nuvem de poeira tomou conta do espaço onde estava a Fonte Nova e alguns minutos depois a imagem que se via no local era apenas de escombros.

Demolição do templo do futebol baiano durou apenas 18 segundos. Foto: Marcio Costa e Silva/Arquivo Correio*

História - Inaugurada no dia 28 de janeiro de 1951, a velha Fonte foi palco de glórias e tragédias. Lá, Bahia e Vitória protagonizaram grandes clássicos. O Tricolor ainda conquistou dois títulos nacionais atuando no estádio (Taça Brasil-1959 e Campeonato Brasileiro-1988), enquanto o Leão esbarrou no Palmeiras na final do Brasileiro de 1993. Além de ter sido a casa da dupla BaVi durante anos (por mais tempo do Bahia, pois o Vitória passou a jogar no Barradão), a Fonte Nova recebeu a Seleção Brasileira. Mas não são apenas partidas memoráveis que marcam a história do estádio, mas também fatos tristes e inesquecíveis. Em 1971, a primeira tragédia. No dia da inauguração do anel superior da antiga praça esportiva, com a presença do presidente Emílio Garrastazu Médici, o Bahia enfrentou o Flamengo e o Vitória fez a segunda partida contra o Grêmio. Estádio cheio, com presença de público acima da capacidade: mais de 100 mil pessoas. Um boato, durante o jogo do Leão com os gaúchos, de que o estádio estava desabando teria sido o motivo do início de uma confusão que terminou com dois mortos e 2.086 feridos. Algumas pessoas pularam da parte superior para baixo, enquanto outros foram pisoteados. A festa se transformou em terror. No entanto, a pior tragédia aconteceu em 2007. Bahia e Vila Nova empatavam em 0 a 0, em jogo da Série C que garantia o acesso do Tricolor à Série B. Enquanto a torcida fazia festa, parte da arquibancada do anel superior cedeu e sete pessoas morreram, além dos milhares de feridos que invadiram o gramado. O péssimo estado da estrutura da Fonte Nova, que não passava por reformas estruturais há anos, causou a morte dos tricolores. Ninguém foi punido. O estádio foi interditado e não abrigou mais partida alguma, sendo demolido quase três anos depois.Obras - A nova Arena vai custar R$ 591 milhões e terá capacidade para 50 mil lugares. Fruto de uma parceria público-privada, o estádio que está sendo construído contará com camarotes, restaurante panorâmico, cerca de duas mil vagas de estacionamento, sala de imprensa, quiosques, elevadores, sanitários, museu, lojas e um centro de negócios. A Arena Fonte Nova também terá uma estrutura para comportar grandes eventos, como shows nacionais e internacionais, congressos e grandes encontros. A previsão inicial para entrega do estádio era de dezembro de 2012, mas tudo deve ficar pronto apenas no início de 2013, ano das Copa das Confederações, competição que terá Salvador como uma das sub-sedes.Veja como foi a implosão da antiga Fonte Nova[youtube AcSNIp0nShM]