O comandante da aeronave anunciou: "Apertem os cintos. Estamos passando por uma área de instabilidade". Acostumados a driblar os adversários do Flamengo, os pés de Gabriel travaram no assento da frente. "Eu tenho um medo absurdo de avião", confessou o meia revelado pelo Bahia em entrevista exclusiva ao CORREIO, durante voo do Rio de Janeiro a Salvador.
O medo de voar só não é maior que a saudade da terra onde nasceu. "Eu sou apaixonado por Salvadore pela Cidade Baixa, onde fui criado", diz Gabriel, sorridente. Por isso, escolheu a casa da avó Maria José, na Ribeira, para passar as férias de final de ano. É onde vai estar até o dia 3 de janeiro, quando se reapresenta ao time carioca.
Foto: Daniela Leone/Correio* |
---|
Gabriel quer matar a saudade dos amigos. No Rio, o jogador só costuma deixar o apartamento na Barra da Tijuca pra ir aos treinos. Ainda mais agora que o primo Adriano mora com ele e as visitas da namorada Natali e da mãe são frequentes.
"Ano passado, eu ficava sozinho e era complicado. Não sabia cozinhar direito e tinha que sair pra comer. Quando a equipe não está bem, se escuta um monte de besteiras. Chegar em casa e ter alguém pra conversar facilita bastante". Dona Sônia leva da Bahia carinho e farinha para acompanhar os pratos prediletos do filho. "A farinha do Rio não é muito boa", diverte-se Gabriel. "Ela sempre prepara pra mim vatapá e aquela moqueca de peixe ou camarão".
Fortalecido - O apoio da família foi fundamental para Gabriel dar a volta por cima no Flamengo. Negociado pelo Bahia no ano passado, o meia assinou contrato até 2017, mas demorou a embalar no clube carioca, que chegou a cogitar seu empréstimo. Teve que insistir pra ficar. "Eu tenho meu orgulho, né? Queria mostrar por que fui contratado".
E conseguiu. Este ano, Gabriel foi decisivo em alguns jogos, marcou nove gols e se firmou entre os titulares de Vanderlei Luxemburgo. "Ele é um treinador fantástico, sabe muito. Só quem está com ele no dia a dia sabe disso. Me passa bastante confiança".
O ano não foi só de alegrias. Com uma lesão na coxa, ele viu o Flamengo ser eliminado na semifinal da Copa do Brasil. "Foi duro. Me abati muito, a gente queria muito ganhar esse título'. Não foi a única tristeza da temporada. Gabriel também sofreu com o rebaixamento do Bahia. "Eu acompanho o Bahia e foi duro ver caindo, mas em 2016 estamos de volta".
Já de férias na época, o meia assistiu à última rodada do Brasileirão na casa do zagueiro Wallace, ex-Vitória e hoje companheiro dele no Flamengo. "Um abusou o outro com a queda dos dois". A rivalidade só surge quando o assunto é Bahia e Vitória. "Ele é o meu melhor amigo no Flamengo. É um cara fantástico e criamos um laço forte", conta Gabriel, que só vai pensar em Ba-Vi no ano que vem. Recuperado da lesão na coxa, o menino da Ribeira está em casa e feliz. "Quero andar de bicicleta, ir pra praia, bater bola na rua. Aqui é o lugar onde me sinto bem".
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade