Curiosidades e histórias: os rivais baianos na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2012 começa nesta quarta-feira (7)

O Brasil é muito grande. E as peculiaridades culturais e históricas de cada região vão se revelar a partir desta quarta-feira (7). Se o Campeonato Brasileiro não possibilita uma diversidade tão ampla de clubes, a Copa do Brasil permite longas viagens pelo interior do país. São 64 clubes, de diferentes tamanhos, tradições e ambições. Em comum, a disputa pela taça e pela vaga na Libertadores 2013. Bahia e Bahia de Feira botam o pé na estrada rumo a seus desafios de quarta. Quinta é a vez do Vitória. Quem faz o caminho mais longo é o representante do interior. Estreante na competição, o Tremendão enfrenta o Aquidauanense, também novato, em Dourados, no Mato Grosso do Sul, às 20h30. O Azulão da Princesa, como é conhecido o Aquidauanense, vai jogar também fora de casa porque no Estádio Noroeste, em Aquidauana, cabem só 5 mil pessoas. O Fredis Saldivar, em Dourados, comporta 30 mil. Aquidauana, na entrada do Pantanal, é uma cidade de 45 mil habitantes, a 139 quilômetros de Campo Grande. Em casa - Vice-campeão do Mato Grosso do Sul no ano passado, o Aquidauanense está invicto no certame atual, com três vitórias e dois empates, e lidera o grupo A. O telefone para contato disponível no site da federação local não é do clube, e sim da casa do presidente João Garcia Ferreira. "Vamos ver se ganhamos o jogo pra gente poder viajar pra Bahia", diz, enfatizando que o diferencial da equipe do técnico Mauro Marino é o conjunto, apesar do atacante Toledo ser um dos artilheiros do estadual com três gols. O Aquidauanense está se dedicando à Copa do Brasil e jogou a última partida do estadual com um time misto. "Somos iniciantes e vamos enfrentar um time com experiência maior", acredita João. A folha de pagamento do time é de R$ 44 mil, quase três vezes menor que a do Bahia de Feira (R$ 110 mil). O Tremendão prega respeito. Nada de pensar no São Paulo, provável rival do vencedor do confronto. "Não estamos contando com a eliminação do jogo de volta, muito menos no São Paulo", avisa o presidente do clube, Thiago Souza. Pedreiro e, nas horas vagas, cartola O São Domingos teve um crescimento meteórico no futebol sergipano. Adversário do Vitória, em jogo marcado para quinta, às 20h30, no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana, foi fundado em 2004 e já está na sua terceira Copa do Brasil seguida. Ano passado, acabou eliminado pelo Bahia em dois jogos. Na atual temporada, se classificou para as semifinais do 1º turno do estadual em segundo no Grupo A. Muito desse rendimento se deve ao presidente Dilson dos Santos, 34 anos. Em 2007, o Coelho do Agreste estava quase caindo pra segundona estadual, quando ele, um torcedor alçado ao posto de cartola, assumiu. Salvou o clube e o fez crescer. Dilson já trabalhou como eletricista, pintor e pedreiro, função que continua exercendo. "Durante a semana, tiro dois dias para ir ao campo e três para dar continuidade ao meu trabalho nas obras. Tenho o maior orgulho do meu trabalho", declarou ao globoesporte.com. No time do técnico Nadélio Rocha, o destaque é o atacante Deivid, com quatro gols no estadual. Dirigente e jogador, Maia se despede Quando a situação aperta no campo, tem muito cartola que corre. Maia, gerente de futebol do Auto Esporte, da Paraíba, também. Mas pra dentro do gramado. Aos 36 anos, o ex-ex-atleta assinou contrato e voltou aos gramados para ajudar o clube que o projetou, hoje em dificuldades no estadual, onde é o vice-lanterna. Contra o Bahia, no Almeidão, em João Pessoa, às 22h de quarta, ele se despede oficialmente dos gramados. "A expectativa é maravilhosa. Pude escolher o jogo em que vou parar, contra um adversário de primeira linha", afirma. O presidente do Clube do Povo, Watteu Rodrigues, promete não alivar pro Esquadrão. "Olhe, diga ao Bahia que ele não vai encontrar vida mole aqui, não", garante.