Um fominha. “O grande forte do Fernando sempre foi a versatilidade. Eu acredito que essa convocação é por isso. Os treinadores gostam porque é o cara que resolve, que muda o time sem substituição”, opina Mário Sigueo Iramina, presidente do PSTC, clube formador de talentos em Londrina, interior do Paraná. Onde tudo começou para Fernandinho em 1998. “Um amigo do futebol amador nos indicou. Fez teste e em 10 minutos tava aprovado. Tinha 13 pra 14 anos”, puxa a memória.
Nervos de aço. “Desde garotinho, sempre foi muito assediado. Mas nunca se abalou. Sempre positivo, aguardando a oportunidade, fazendo a coisa correta”, lembra Iramina. Qualidade esta que o fez manter o foco 16 anos depois, afinal o volante só foi testado pelo técnico Luiz Felipe Scolari no último amistoso antes da lista de 23 convocados para a Copa, contra a África do Sul, em março.
As duas virtudes ajudam Fernandinho desde o início como profissional. “No Atlético-PR, teve um jogo como lateral-direito, contra o Cruzeiro, com Sorín, cobra criada, vindo na esquerda. Tinha 19 anos. Mas quem foi expulso foi Sorín”, sorri o dirigente. Naquele dia de 2004, o Furacão deu 4x2, no Mineirão, e após os 90 minutos Fernandinho acabou o jogo como volante.
O PSTC cresceu, assim como o atleta titular do Manchester City, campeão inglês. O projeto impulsionado pelo bom relacionamento com a colônia japonesa de Londrina hoje tem duas sedes e estrutura completa para trabalhar a formação. Há suporte escolar, médico, ginásio, alojamento para 70 jovens até 17 anos e o total de oito campos – um society. Fernandinho é o filho queridinho da vez do PSTC, pai também de outros filhos famosos, como o pentacampeão Kleberson, o meia Jadson, do São Paulo, e o atacante Dagoberto, do Cruzeiro.
Mundial - A carreira internacional de Fernandinho, criado em conjunto humilde de Londrina, deslanchou rapidamente na capital Curitiba. Chegou ao Atlético-PR em setembro de 2002 e em outubro do ano seguinte já havia se firmado titular com o técnico Vadão. Mas o melhor do primeiro ano como profissional ainda estaria por vir.
Estádio Zayed, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Iniesta era o craque da Espanha na final do Mundial Sub-20. Fernandinho, reserva no Brasil. Entrou no 2º tempo e brilhou a três minutos do fim. De cabeça, completou o escanteio cobrado pelo lateral Daniel, que não usava o sobrenome Alves. Brasil 1x0. Para a Seleção, foi mais um título mundial. Para Fernandinho, Daniel e Jefferson, o goleiro daquele time e outro convocado por Felipão para a Copa, a primeira vez.
No Atlético-PR, geralmente como meia-atacante, mas quebrando galho como volante e lateral, faturou o Paranaense e terminou como vice da Libertadores, ambos em 2005. A excelente campanha abriu as portas da Europa. Não exatamente a porta da frente: seguiu com a esposa, Gláucia, para o Shakhtar, de Donetsk, na Ucrânia, onde nasceu o filho Davi, hoje com 4 anos.
Jogou oito anos seguidos a Liga dos Campeões, como meia ou volante. Foi chamado nove vezes pelo técnico Mano Menezes, jogou em cinco sem destaque e sumiu do mapa: dois anos sem ser lembrado. Voltou aos holofotes ao preço de 40 milhões de euros, valor pago pelo Manchester City na sua contratação em 2013.
O Brasil venceu a Copa das Confederações e Fernandinho deu a guinada decisiva na carreira. É a dupla do marfinense Touré em time que esboça até usar o 4-2-4, com Navas, Silva, Negredo e Aguero na frente. Conseguiu o que queria.
Segunda-feira, na Granja Comary, Fernandinho terá a sensação de estar no Brasil pela porta da frente. Seja lá em qual posição Felipão precisar. Matéria original: Correio Polivalente, Fernandinho foi aprovado com apenas 10 minutos em "peneira"
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