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Gabriel e Nikão farão rodízio no meio; Souza fica na frente |
Joel Santana perdeu a timidez. Após 11 jogos no comando do Bahia e apenas a 15ª posição na tabela, o treinador vestiu a roupa de Super-Homem e começou o voo para bem longe da zona de rebaixamento. Demorou um pouco, mas o comandante, enfim, conseguiu detectar o problema que ronda o Fazendão: a bola não chega aos homens de frente e, quando aparece redonda, teima em não entrar. Na Série A, o Bahia tem o segundo pior ataque, com 35 gols marcados em 32 jogos. Só fica à frente do Atlético-PR: 31. E o motivo da escassez também pode ser explicado através dos números. O tricolor é o terceiro time que menos finaliza entre os 20 clubes na Série A do Brasileiro. Ao todo, foram 351 tentativas neste período, segundo levantamento do Globo.com: média de 10,9 por jogo. Só Avaí e Atlético-PR chutam menos. Pra se ter uma ideia, na era Joel Santana, a equipe marcou somente 11 gols em 11 partidas. Já se foram cinco rodadas sem um triunfo sequer e o professor cansou. "Tá na hora de tentar alguma coisa. Quando você não ganha os pontos, tem que fazer alguma coisa, mexer no time. Tô tentando arrumar uma solução para as vitórias voltarem a aparecer", explicou o treinador.
Ao ataque - Diante do São Paulo, às 19h de sábado, em Pituaçu, a tendência é ver um Esquadrão cheio de energia ofensiva. O esquema precavido, com três volantes, escolhido em oito dos 11 jogos sobo comando de Joel, deu lugar a um ousado 4-3-3. No meio-campo, Fabinho e Fahel seguram mais a onda na marcação, enquanto Diones, com qualidade no passe, abastece os atacantes. Souza, mais centralizado, recebe o apoio de Gabriel e Nikão pelas pontas. Joel ainda testou Magno no lugar de Fabinho. O resultado no primeiro treino coletivo da semana foi uma goleada por 5x1 dos titulares pra cima dos reservas. Souza (três vezes), Nikão e Magno fizeram os gols. Júnior descontou. "Criamos muitas jogadas de ataque. Os gols foram bem trabalhados", elogiou Joel.
Equilíbrio - Apesar de estar visivelmente satisfeito com o desempenho dos pupilos, o Papai preferiu colocar os pés no chão. Para ele, a defesa, que levou quatro gols nos últimos dois jogos, ainda precisa de uma atenção especial. "Precisamos criar uma coordenação nesses dois setores. Estamos fazendo um reforço lá na frente, mas nossa defesa não pode ficar sem proteção. Vou analisar com calma". Enquanto o técnico estuda, a turma do ataque comemora. Nikão vive a expectativa de começar uma partida como titular pela primeira vez e faz logo uma propaganda. "Fica mais fácil pra quem joga ali na frente. Temos um volante que sabe jogar (Diones), que mete bem as bolas pra gente", explica ele, para depois completar. "Eu e Gabriel também vamos fazer um rodízio no meio de campo".