O encontro de duas seleções que mostraram tão pouco neste Grupo A para chegarem à última rodada já eliminadas foi marcado pelos excessos em Volgogrado. O primeiro, de espaços vazios na arquibancada, fenômeno incomum para jogos de Copa do Mundo. O outro, mais interessante, de oportunidades de gol para duas equipes já sem ambições na competição. A partida foi igual em oportunidades desperdiçadas, mas premiou a equipe que mais se dedicou em busca do gol. Aos 48 minutos, a Arábia Saudita virou o jogo para 2 a 1, quebrando um jejum de 24 anos sem vitórias em Mundiais.
O último triunfo dos asiáticos em Copas do Mundo tinha sido em 1994, quando superararam a Bélgica, nos EUA, por 1 a 0.
Os minutos iniciais foram de domínio do Egito, enquanto a Arábia parecia estudar o adversário para então decidir como agir. Trezeguet criava as principais oportunidades para os afrianos, sempre no lado esquerdo. Aos 12 minutos, encontrou Mohsen livre. O atacante recebeu, dominou, girou e caiu sozinho, interrompendo o primeiro ataque promissor da partida.
Aos 21 minutos, um dos momentos mais esperados deste Mundial. Abdallah lançou Salah entre dois marcadores. Da entrada da área, o jogador do Liverpool deu um toque com o pé para controlar a bola, esperou ela quicar e deu outro para encobrir o goleiro Al-Mosailem e abrir o placar: Egito 1 a 0. A torcida vibrou. O atacante, não.
Impaciente, o astro ainda desperdiçou boas chances de ampliar por negligência, como dois minutos depois. Em um lance bem parecido com o do gol, insistiu na estratégia de encobrir o goleiro, mas a bola saiu pela linha de fundo. Aos 33, Trezeguet desistiu do papel de garçom e decidiu tentar a sorte como ator principal. Na esquerda, recebeu bom lançamento já dentro da área, no lado esquerdo. Livre de marcação, não esperou: decidiu bater colocado, de primeira, no ângulo. Mas a bola saiu por cima do gol.
ARÁBIA CRESCE DE RENDIMENTO
A displicência egípcia criou espaço para que a Arábia Saudita entrasse no jogo. Os asiáticos começaram a trabalhar melhor a bola, como chegaram a fazer no jogo contra o Uruguai, e abriam espaços na defesa egípcia. Aos 36, Al-Faraj surpreendeu receber bom lançamento na entrada da área, à direita, e bater firme, de primeira. A bola ia em direção ao gol, mas desviou em um marcador e saiu pela linha de fundo.
A pressão prosseguiu e, aos 38, a bola bateu no braço de Fathi, dentro da área: pênalti. Al-Muwallad cobrou no canto esquerdo, mas consagrou El Hadary. O goleiro, que se transformou no jogador mais velho a atuar em uma Copa do Mundo, com 45 anos e 161 dias, foi buscar. A bola ainda tocou a trave, antes de a defesa afastar o perigo.
Já nos acréscimos, a arbitragem entendeu que Ali Gabr derrubou Al-Dawsari na área: novo pênalti. Desta vez, o técnico Juan Antonio Pizzi mudou o cobrador. Al-Faraj cobrou, outra vez no canto direito, para deixar tudo igual: 1 a 1. Com o gol, os sauditas deixaram o panteão das seleções que ainda não balançaram as redes nesta edição: neste momento, apenas Marrocos e Costa Rica estão entre elas.
A CAMINHO DO GOL
A Arábia Saudita permaneceu mais interessada na segunda etapa. Aos oito minutos, Bahbir desperdiçou a chance de virar aos oito minutos, ao aproveitar corte ruim da defesa egípcia, com uma bomba que saiu pela linha de fundo. O goleiro El Hadary voltou a aparecer bem na partida aos 23 minutos, ao espalmar cabeçada de Al-Moghawi para o escanteio. No lance de bola parada, também teve boa atuação ao defender e garantir a posse de bola.
Superior com a bola no pé, o time asiático chegou com gol da virada aod 48 minutos. Al-Dawsari foi premiado por acreditar até o fim. Recebeu a bola na área após um passe de Al-Burayk e tocou cruzado. A bola cruzou a pequena área em diagonal, até ir parar no fundo do gol de El Hadary, como um presente inesquecível para quem fez história simplesmente ao entrar em campo.
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Redação iBahia
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